sábado, 11 de setembro de 2021


Dia mil, ano zero, e todos os meses se passaram
O sol fura o horizonte com púrpura e dourado
Na bacia abre-se uma flor
Enquanto asas me erguem
Acima e acima,
Minhas longas pernas,
Enterradas até a canela -
Chovem bigornas e âncoras, recebo muitos tiros
Do meu peito brota um rio
Festa de trapos, retalhos, migalhas
E pó, o pó que tudo habita
Espirro como um vulcão
Centauro, meu corpo cavalo pisoteia
Os restos do banquete, as ruínas de abril, bolas de gude
Quebrando minhas unhas com estalo
O alinhamento de marte, mercúrio, vênus e
o globo que trago sob o pescoço
A espada de fogo em meus cabelos
Sim,
Desfrute
desfrute,
desfrute. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário