sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Inexistem as costas

A bem da verdade, o pólo sul é nas costas, isto é: inexistem as costas. O horizonte do meu alcance, quando me arqueio buscando, atrás, conter-me como um globo, não prova meu limite: pelo contrário, é traçar uma ponte sobre o abismo. Para trás, eu caio: é o infinito. Sou uma emersão da carne em olhos e o lado Yin da frente, inatingível pelo inominável de trás. Atrás sou o mundo, eu também, cordão umbilical integral: como se eu deitasse na lama olhando o céu, sem ver meu meio corpo imerso em lama, e a lama é o mundo. Para trás, eu, ilimitado, perco-me da palavra "eu" e disperso meu ser, como a descida da montanha, as raízes profundas da consciência, provindas do todo. Eu, aflorando do infinito que vem de trás: como a terra, aflorando do mar

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