Super-pranchinha chega voando nos braços de mamãe. Ergue os bracinhos e bate as perninhas, escalando o ar enquanto cabeceia meio sorridente (sem dente). Boquinha Júnior, Zé Boquildo da Silveira, a boca forma um triângulo de sorriso lento e meio estático, os seus olhinhos apertados e as bochechas levantadas durinhas (meu carequinha, barbudinho, orelhudo brabo brabo brabo) descobrindo uma sensação nova, acho eu (a alegria, venha conhecer, filho, a sensação de estar tudo bem e rir) venha conhecer a vida... eu digo que ela é gostosa-a...
Ela quem? no nosso quarto reina o império do silêncio, o leito na entreluz e o calor guardado / ventilado, penumbra e uma atenção difusa ao ritmo dos sons no ambiente, e por que? porque sonhos e o revigoramento de deitar-se à terra, horizontal horizonte
Estou no escritório, Boquinha está na rede (viciado)(provavelmente regendo uma orquestra: está acordado)(tomara que não queria mais leite ainda, já tive que voltar 2 vezes, assistindo seus arrotos enquanto leio uma história em quadrinho japonesa (um manga ao mesmo tempo burro e tosco mas dá vontade de ler até o final (mesmo que pulando várias páginas, enfim, uma história de menino sem mulheres... curiosa literatura para esse momento (o que é ter um filho? o que é o corpo e a saúde dos nossos ritmos inspirados a cada folego de vida, o tempo passa de uma maneira não-linear, abandonem as linhas, chegadas as pulsações da maré (como rédeas, ou cordames do navio, o timão, o leme... o ralo onde conflui um espaço (a europa e seus muitos portinhos) a ideia de chave, pura e simplesmente: uma chave de metal, e suas cópias (e as fechaduras travadas, abertas ou fechadas)
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talvez a teogonia esteja errada, e o homem seja cronos, o tempo, antes de ser zeus, o imperio (lembram do tempo ANTES de zeus tomar o poder? dos titãs PRÉPOLÍTICOS (invocação de um direito natural anterior à pólis, direito natural econômico no sentido do lar ampliado de cada corpo, direito materialista-matriz mutterrecht ou simplesmente patrimonial-patrilinear-patrístico, uma unidade oicos como invocava XENOFONTE (não em sua subida mas em sua casa)
se querem falar de gaia, falem do céu OURANOS e seus METEORO-loggias.. se querem falar de gaia onde o CÉU enterrava seus filhos, até que o TEMPO os libertou a todos... mas o TEMPO resolveu comer todos os filhos que nasciam, até que foi enganado para engolir uma montanha, e ZEUS (o império)(o planeta júpiter, dentre os 5 "meteoros" (astros moventes) visíveis no céu (que fascinante é então um cometa, sendo um planeta mais distante)
talvez devessemos sair do império, não pelo império do céu, mas pela volta do TEMPO a exibir algum reino... (que lições fascinantes na cosmologia grego-gregária de nós, filhos da torvelinha)
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