sábado, 23 de setembro de 2023

que gostoso vê-lo aprendendo
introduzir algo, um dia,
reafirmar toda vez que ele se fizer uma pergunta
sempre acalmando ele muito, não deixando chorar
mas insistindo no mesmo gesto
(e passando, eu mesmo, por um esforço. ele percebe isso
que eu não cheguei e simplesmente larguei as coisas apressado. que estou ali para passar as noites virando com ele)
e a cada mamada perguntar à mãe
como está sendo, se está confiante, como está evoluindo
e a dúvida permanente, de se o novo método
vai trazer algo de positivo, realmente
a questão acho que foi admitir a intromissão de outro aleitador. a translactação ainda obrigava a ser aleitada no peito da mãe. a mamadeira inaugura a independência. mas que também é povoada por mil derivações da independência: o copo (engoli-lo de gut-gut, ou esticando a língua feito um cachorrinho - e toda a gestuália intermediária que envolve os lábios superiores) a colher dosadora (engoli-la encaixando no fundo da boca, ele aprendeu em 2 horas a já formar de maneira estável os lábios em concha para recebê-la)(ou utilisá-la como colher, de que ele lambe)
pois decidido o desafio da nova forma (a língua esticando) estamos experimentando toda a gama de ginásticas línguo-labiais-bucais-eoquemais
interessante repertório de relações que o bebê experimenta, envolvendo outro aleitador que o corrige, que o educa
como em Carneiro Leão : educar é da raiz de eduzir
conduzir o bebé
realmente, nessa vida conturbadíssima
que padrões eu posso exigir dele?
melhor fazê-lo surfar (nosso surfistinha de óculos escuros tomando fototerapia) as ondas intensas que são (o simples passar dos dias, das horas, como a vida é intensa)

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