sábado, 30 de setembro de 2023

tentar escrever com olhos fechados o mais rapido como um albatroz voa longo no azul do ceu nao parar de escrever as nuvens ao meu lado o som das asas na musica o som do sim o som etcetera as reticencias se ralentam enquanto pego o ritmo do coracao da respiracao da cadencia das palavras ........ o homem rato estava jogado no teto pendurado como goteira de ponta cabeça, o lustre da sala de cristais pendurados como contas estava saindo do seu "chão" como uma fonte d'água cristalizada de luz e o homem rato guinchava "levem tudo! não há viva alma em Orango D'Orcia que saiba o significado das dores penduradas como peles de rato nos longos halls de WIndsor & Co." eis que a cortina caiu sobre o mastro do navio como um Trafalgar Square o abismo IMPLODE em cena rebentando a fonte chafariz de vidro jorra sangue desabando o teto para cima como um vulcão espelho céu no sangue , o homem rato guinchava "hipnoticamente, o tilintar de seus narizes, a ruiva do lago Nero, eu me chamo avô e ... Biga-mãe" Ora ora ora quem vem lá por estas bandas, se não é o já velho conhecido, sim, o mesmo ele, o hipnóti-coito... Silêncio.... 

domingo, 24 de setembro de 2023

é uma crítica da representação. não existe representação: existe existem sombras e existe o próprio mundo em meio delas (e existe a dúvida se vemos bem, e existe esta crítica, que é uma invocação do olhar para o mundo: ei-lo
não há representação.
- que invoca um princípio de diálogo dificílimo com a organização moderna das ciências físicas (e química, biologia, astronomia) que se baseiam em saltos de representação, de que não retornam. o raciocínio é feito por analogias, partindo de alguma evidência direta do mundo, e então a tradução se interrompe, e ficamos apenas num mundo de fábula mal explicado, em que navegamos com dificuldade. invocar a reescritura dos achados científicos em uma linguagem que mantenha permanente a evidência, o fenômeno em si, diante dos nossos olhos, na nossa escala, para a nossa vivência. nunca "sair" de nossa presença, em sua demonstração do que fala. flagrá-la, a ciência inteira: qual o seu corpo exato, e sem fantasias.
- eis que esse é um princípio absolutamente corruptor de todo nosso edifício científico, e é um impropério eu propor essas coisas. nós, que acreditamos vivamente que vivemos no mundo da representação - que os fantasmas do espelho, que as sombras dos símbolos, que o significado oculto reina por trás de nossas orelhas, enquanto dormimos - nós que confundimos tanto o que é real e o que são, enfim, sombras, reflexos ou a cauda, a barriga, o âmago do real, a chama da fogueira e sua atração luminosa para nosso olhar, o real, o sol reina real sobre o dia tão real que nem podemos olhá-lo e já sabemos que é o mais real, ele, que chega se anunciando, ele, que reina (e assim inicia o poema de nossa nova física

sábado, 23 de setembro de 2023

adoro a letra a
é meu nome (e sobrenome)
e no entanto sou homem
(é o meu nome)
andre (e andrea, a coragem do coração corando)
adoro-a
odara-o
o-aroda a-orado
ada-ada
oro-oro

- à dora 
que gostoso vê-lo aprendendo
introduzir algo, um dia,
reafirmar toda vez que ele se fizer uma pergunta
sempre acalmando ele muito, não deixando chorar
mas insistindo no mesmo gesto
(e passando, eu mesmo, por um esforço. ele percebe isso
que eu não cheguei e simplesmente larguei as coisas apressado. que estou ali para passar as noites virando com ele)
e a cada mamada perguntar à mãe
como está sendo, se está confiante, como está evoluindo
e a dúvida permanente, de se o novo método
vai trazer algo de positivo, realmente
a questão acho que foi admitir a intromissão de outro aleitador. a translactação ainda obrigava a ser aleitada no peito da mãe. a mamadeira inaugura a independência. mas que também é povoada por mil derivações da independência: o copo (engoli-lo de gut-gut, ou esticando a língua feito um cachorrinho - e toda a gestuália intermediária que envolve os lábios superiores) a colher dosadora (engoli-la encaixando no fundo da boca, ele aprendeu em 2 horas a já formar de maneira estável os lábios em concha para recebê-la)(ou utilisá-la como colher, de que ele lambe)
pois decidido o desafio da nova forma (a língua esticando) estamos experimentando toda a gama de ginásticas línguo-labiais-bucais-eoquemais
interessante repertório de relações que o bebê experimenta, envolvendo outro aleitador que o corrige, que o educa
como em Carneiro Leão : educar é da raiz de eduzir
conduzir o bebé
realmente, nessa vida conturbadíssima
que padrões eu posso exigir dele?
melhor fazê-lo surfar (nosso surfistinha de óculos escuros tomando fototerapia) as ondas intensas que são (o simples passar dos dias, das horas, como a vida é intensa)