Tratava-se unicamente de defender uma postura. Todas as perjúrias ao olho do sol, à desmedida, à babel que rebenta, tinham este fim. Um fim bem pequeno, ou melhor, um fim no tamanho que temos: a filosofia de ficar ao sol; de abrir os olhos e apreender a abóbada celeste, a linha do horizonte, o solo ilimitado que nos sustenta, e ter, nestas apreensões, a essência do firmamento. Um estar aqui, integral, essencial.
sexta-feira, 23 de julho de 2021
Babel
sábado, 17 de julho de 2021
explode anarquia na abolição do corpo em seu som
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como raízes de grama, os cabelos invadiram a pele (sou eu o pólen entre poros e pelos, plantação de mim: e meus magmas das vísceras (sou um planeta) meus órgãos imensas naves de um milhão de seres vegetais e a terra, a terra erigida em monumentos de impossível vitalidade, a terra moldada na água de desenhos vegetais) e o abismo da luz em meus nervos, quando a terra brota olhos
e um nariz
o espaço sideral é um gramado
as estrelas são bocas magníficas de emersão da luz em desenhos
o sol é meu umbigo, meu nó inverso de existir, a outra ponta do meu nervo
eu sou o mundo
"e todos os lobos viraram um: leviatã, o imenso peixe"
que engoliu uma ilha: éramos robinson erguendo casas qual porquinhos (e casas de doce ou doces para vovó), nascidos nos mitos, para sempre atravessados pela irrupção noturna do sonho