Tenho a vizinha que, todo domingo, bota um som altíssimo no repeat e às vezes pega no microfone pra cantar. Soma-se a ela uma igreja animada, realmente carismática porque é muita gente que a enche, e dá-lhe terças-feiras se exaltando no microfone. Tem obras e furadeira e serra, tem algum motor que quando arranca parece que o morro inteiro vai levantar, tem...
Tudo isso está muito bem e complicado, mas o que eu queria dizer é: não é do meu lado!!! Que motivo de alegria, sem mais. O barulho não é insuportável, e as janelas oferecem um bom vedamento. Quer saber, o principal: 9 da manhã a vizinha pega o microfone e grita para a outra vizinha: "Juliaaa!!! Atura ou surtaaa!!!!"
Que bom que eu não sou essa Julia! Quando fecho bem a janelinha aqui, ligo meu ventilador, e estou cá no apartado-apartamento livre dessa barulheira infernal. Então o karaokê termina, a igreja fecha no fim do dia, a obra pára: e vêm os grilos, as cigarras, as árvores se balançando. Hoje de manhã, em meio ao tuntztuntz, eram tantos passarinhos!
Meio cheios ou meio vazios, sempre cheios, nem que seja de ar.
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