sexta-feira, 8 de abril de 2016

maconha
quero ter maconha
e decidir se fumo ou não
estou cansado dessa coisa de só fumar a dos outros. quando me dá a sêde, de acender o brilho, os olhos ficarem estrelas
eu decido e cindo em duas metades, há o dois dentro de mim
quero ter o bec e fumar quando decido, cindido em dois, e montar o muro e abri-lo. saber ser porta, que fecha e abre. olho que dorme, que olha pra dentro. não só impulso, desejo irrefreado fumando ao sabor da sua aparição, sem ir atrás, sem recusar tampouco... levado pela maré, a vela solta
quero tornar-me um grande ser de eclusas do desejo, que se abrem, que se derramam, que se coincidem para formar grandes torrentes da luz subindo
da terra para o ar

e os dedos que se espalham como pára-raios?
Mandalaú: e sobe do sacro ao furo do crânio (ali, no final da testa, há um buraco, por onde ascende o vento de calor, nosso eixo de alma - pois que a alma é coisa física, só não cabe em fita métrica - como os lapsos de choque que os nervos dão, e somos uma flutuação voltaica da corrente cerebelante, nossa usina de faísca - e os olhos bebem luz, e nós deixamos os ossos imantados, sou um diapasão magnético vibrando)

musia a nota voz de suuuuuuuuuu
saaaaaaaaaa
sauaréeeeeeeeeee
aiadanooooooooo

e os alienados veem alienígenas por toda parte. eu vejo a água, cheia de deuses. divindade ininterrupta

história dos ocos, que guardam, que derramam.

troz ba al ANDar ANDré

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