terça-feira, 29 de março de 2016

Nesse palácio, Prédio
Grande play. Somos 100, pós colégio, crescidos, adultos (germinados)

A desolação (Dali) da liberdade total. O desejo por si. O alimentar-se de si: projeta-se no mundo e bebe-se, e do fogo à terra à água, animal planta, somos serpentes mangueiras bebendo nosso cospido... e que deliciosa é a água. Mas basta um retorno...

Ao descobrirmos que um vidro se quebrava. Todos já exaustos, emergendo guerras, ditaduras confinados: as mochilas de rodinhas viraram armaduras de batalha (os dedos esmagados entre as rodinhas) padrões de dominação numa imensa dança que eu recuso cantando alto. Outros recusam também, mas o desenho do rio, quem o faz são os homens-mochila (é o mundo que vivemos)

Então é noite, todos exaustos de nossa auto exploração, descubro o vidro, a rachadura. E no torpor geral, eu chamo marmohammed (qual seu nome?) e sou muito meticuloso nos detalhes de quebrar o vidro. Não queremos ter 200 pessoas sangrando: é meu pensamento estatal, total (monarquia da anarquia). Mas quem penetra com a tesoura na vidraça é um sujeito antes, que vai sozinho ao outro lado e não retorna. Horas, dias, o sonho evoluiu tanto enquanto limpo os cacos de vidro (pois há cacos para todos, abundância da dor). Um rodo? não, uma vassoura. E fita crepe no umbral. Finalmente, abrimos: é uma porta aberta.

No outro lado é como assistir TV, um filme longuíssimo de 5 horas em que se pode seguir cada um dos 100 personagens. Eu fico horas só, e uma avalanche de insights: que são a visão interior. (paro o filme no meio, cansado, tremendo fora do corpo e encontro  minha namorada para dormir)

A visão da desolação, do deserto de Dali: o olho, o vento, a areia (arena) e a associação livre. É preciso montar uma rédea, uma raiz na paisagem. Lembro do mutirão livre em que eu era violento, a briga que houve. Mesmo o corpo já é uma raiz, bebe de si... Noutro quarto, noutra pessoa... Pulo uma parte e chego direto a um corpo de alho: um pequeno boneco de homem de quatro, rugindo feito lobo, e ao descascar o quadril encontro um vazio de órgãos: o corpo só o externo, pele e músculos sem as vísceras. A anti-medicina (antes dos necromantes que abrem cadáveres)

Havia um nome para o livro: de Spüler e de Fonte; o espelho de spüler (que era semear) na fonte. Porque são um espelho.

E numa sala, a história das batatas. México, camponeses nas serras; por séculos, só se contentavam em dominar seu povoado e tornar-se o novo cacique, até estes que querem matar TODOS, subjugar TODOS, TODA BATATA que chegar: homens casados com o deus de 6 cabeças que lhes vai devorar no final.

E a vaca leiteira no centro, que não sabemos tocar pois como aceitar sua teta sem ver nela um falo, e como recusá-la sem falo? Tirar leite de si? Tenho tetas... mas é a cobra
(essa cena não tem final)

Como dizem que o sonho não é nada novo, é só o embaralhamento, e a colagem: pois descobri que a colagem é tudo, vejam o alfabeto. Me acostumei a neles entrar em só mergulho e desperto ser só registro, também por isso desperto quero descrever o infinitésimo passo da língua, e seu anterior: a raiz escondida da associação livre.

O corpo já é uma raiz: portas da boca.

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Albantré serpente-aranha

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