sábado, 22 de outubro de 2022

qual meu lugar?

procurar intervir, ser invasivo, taxativo, assertivo, espaçoso até
ouvir, muito, muito atento, em golfadas intensas e diretas
as coisas estão muito aceleradas
sempre em busca da voz dela não almejo impor, realmente, o meu lar: não é a minha vida. é a dela, que ela faz como quiser
e realmentes só procurar ajudar ela, ali de dentro da biografia dela, ela mesma, a voz dela, o espaço dela.
se ela me pede uma decisão, eu sou um ouvido muito atento, procuro desvencilhá-la de ver tudo como uma catástrofe
fico feliz quando ela "tira palavras da minha boca" e ao contar todo um infortúnio e uma tristeza já conclua com a afirmação positiva: mas então perder meu alcoolismo, tem de se em nome de um novo prazer (e o esporte aparece, aquela casa, a praia... o sol...
e como se tudo isso refletisse teorias da autogestão
agora tornadas algo muito mais autônomo em relação a qualquer disto...
talvez a teoria do irmão
filhos únicos não compreendem diretamente (umbilicalmente) mas apenas através de primos
esse artesanato que é fazer corpos em série
quando a série é maior... irmandade que atravessa as idades, mediando massas de gerações: lares
manter de pé um lar
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e mais do que brigar (no que sou mais defensivo) pratico uma desobediência
o texto da anarquia como realmente o texto principal... em que me miro, porque revela as etimologias (aquele texto foi escrito como um mapa da etimologia... e pelo seu próprio embalo se casou com o anonimato e o analfabeto de uma maneira... viva a morte do autor, evoé nós, leitores de nossas próprias autografias bios vidas
conseguir VER e designar a posição arquetípica, arcaica, arcana
que as próprias PESSOAS, enquanto vanguardas, lideranças, personalidades específicas, relações com o próprio ser que está lendo isto, que tem nome e participa de uma hierarquia específica de familiares chefes e a turba
mover-me na relação com o outro, como uma relação em que consigo PARTILHAR A AUTONOMIA DA ABUNDÂNCIA
conseguir, efetivamente, doar-se (e não envolver-se em dívidas) voltar à dádiva
VOLTAR À DÁDIVA
este o meu lugar... primavera, venha, venha
inverno, vá
de volta a conclamar a PRIMAVERA perdida nestas décadas de inverno; voltar ao imperativo telúrico da cigarra contra a formiga, da invocação da fertilidade em seu brotar (como leite e mel)
localizar o éden terreno: o princípio da geração, a criação, ocorre em tudo: tudo está se criando novamente a cada momento (e nem existem momentos, existe o tudo em expansão, a abundância jorrando em tudo que existe, pois só existe a matéria vibrando uma abundância de existir
e sim, há coisas maiores do que as pessoas.
(de volta à física de husserl, como conseguir pensar muitas pessoas, sem imaginar-se o arquiteto: como entender minha pequenez, sem imaginar-me grande, vendo essa pequenez de fora - como entender minha grandeza sem imaginar-me pequeno, vendo-me enorme assomar
como entender o meu tamanho?
a justa medida, a roupa em que caibo
as leis como calças bem ajustadas, a roupa perfeita para o meu corpo
o texto da anarquia como principal? como arquetípico, arcaico, arcano: praça, encruzilhada da metafísica, onde encontro antigas estátuas semi-enterradas. o ponto de início, e a vanguarda que toma uma decisão: ordenar; ser um bom ordenador
e viver os prazeres...? não era a ideia de epicuro, regrá-los? de fourier, uma economia (anarquista, utópica) dos prazeres?

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