domingo, 19 de dezembro de 2021

O Codex Seraphinianus é um lindo livro de 1970

Todo ilustrado e escrito numa língua ininteligível de traços rabiscos que se amarram como macarrão, e seus habitantes comem macarrão de letras enquanto suas mãos viram canetas e seus olhos plantas, jacarés viram camas e há uma crítica profunda (uma anunciação) do futuro, dos animais imperadores, das cartas de baralho (e o mistério arruinado das letras, da babel perdida)
Não vou revê-lo, não em breve. Sugiro dar uma aprofundada no livro, procurando um sentido. Não é caótico, o autor ilustrou um sistema: há muitas estruturas de signo e um contínuo ressoar, de não serem mundos tão absurdos quanto o nosso. A teoria das flores, e das cores.
Teoria dos insetos. Dos minerais eternos. Do olho e do céu e do mar. Da babel de casas em que moramos, do prato, do jantar. O relógio como um buraco negro, a roupa como um buraco negro, a filiação, o banheiro, a essencialidade da água em seu percurso de chuvas e lagos (urina e lágrimas) a língua com sua carnosa potência, os olhos os olhos o Nariz, singrando o rosto por cima de lábios e sorriso, o sabor saber

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