Não há virtual, a materialidade que é intensa e misteriosa.
Assumimos com facilidade que a letra e o mapa possuem uma segunda natureza, imaterial. Uma segunda existência, no seu significado, e nas verdades que segredos anotados podem encerrar. Um segundo plano de existência, abstrato, superior e regente do plano material, as regras que dão sentido ao diretamente intuído (que é um tanto grosseiro, burro, fora de foco).
De volta ao mundo, seguindo o mapa, mesmo as trilhas que ele aponta, os caminhos, não existem. O que “está lá”, apenas e poderosamente, é uma vala que conduz. Os contornos desenhados são condensações, sedimentações da amorfa matéria que esboça Cercas e Centros, linhas divisórias e suas passagens formadas a partir do revolvimento massivo, em proliferação de princípios motores, do princípio genético da oni-concepção.
Não há nada além do papel do mapa, e da tinta de suas inscrições. E são justamente essas posições, esse seu desenho, que pulsa como um ponto-porta em que se retêm redes, reinações da matéria engalfinhando-se com ela mesma.
Ver no mapa, apenas o papel pintado, e apreender a força deste papel pintado, a força da tinta e do objeto mágico que ela cria: a força do rosto, a força da língua, apenas no rosto, apenas na língua: o mundo é real.
É preciso ver suas raízes, desenterrar as imensas letras: elas estão nuas, o mapa está nu, vejam o mapa! Ele pulsa! Inexiste passado e futuro: "só existe o que é" e o que existe é o presente, o milimétrico instante do agora: que é então um instante transbordante e pesado, grosso mesmo pois guarda nele todo o virtual que imaginavam fora. O mundo é denso, é maciço (não há vazio entre átomos, tudo está recheado) o mundo é denso
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