quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

SOBRE O ÍMÃ


a produção da energia elétrica é medida no tempo: megawatts-hora. Um watt é um joule por segundo, então watts-hora seriam joules-hora-segundo. Vamos dar uma cambalhota? Mas antes disso:
a energia elétrica é o tempo dela ligada
"elétrons"...
Paremos a física no átomo, como as palavras dizem que é. O horizonte Termina. Não me venham com microscópios ou simplesmente seus modelos teóricos. Falem-me da realidade concreta!
Sou humano, vejo COISAS, não abstrações.
(malditos físicos perdidos em sua teoria da natureza das estrelas, brincando de refazer newton ao contrário até uma dita sopa primordial)
que será a luz?
que é o sol?
luz: a tomada de 220 voltz
(ah, outra hora vou entender o que é watt, voltz e ohms joules ampères... francamente... não podiam simplificar? quero sim que desenhem, caralho!)
como naquele sonho, acordar e ver que estão todos dormindo, acordem, acordem, o rei está nu
a deusa está nua
a letra está nua, babel, babel
apontemos o coringa, a sombra
e simplesmente a pensemos. parar de iluminar tudo.
somente vendo também as sombras chegamos no sol, e não através da iluminação. abrir os olhos no escuro
(o sol, a utopia do corpo: como criar o ouro)
sol, utopia (ouro) do corpo
vou dar um choque no sol, elétrico como um raio (pelos olhos) te cobrir de estática, inverter teu norte e te pôr a girar como um eletroímã de fios de cobre: te faço motor de nervos voltaicos, te giro bem a luz dos olhos, máquina de radiação pura, infravioleta, ultravermelha: usina de sangue-ferro e ar bombeado (fole) encruzilhada da água em seus rins, túnel da comida, fígado fogo da alma

domingo, 19 de dezembro de 2021

O Codex Seraphinianus é um lindo livro de 1970

Todo ilustrado e escrito numa língua ininteligível de traços rabiscos que se amarram como macarrão, e seus habitantes comem macarrão de letras enquanto suas mãos viram canetas e seus olhos plantas, jacarés viram camas e há uma crítica profunda (uma anunciação) do futuro, dos animais imperadores, das cartas de baralho (e o mistério arruinado das letras, da babel perdida)
Não vou revê-lo, não em breve. Sugiro dar uma aprofundada no livro, procurando um sentido. Não é caótico, o autor ilustrou um sistema: há muitas estruturas de signo e um contínuo ressoar, de não serem mundos tão absurdos quanto o nosso. A teoria das flores, e das cores.
Teoria dos insetos. Dos minerais eternos. Do olho e do céu e do mar. Da babel de casas em que moramos, do prato, do jantar. O relógio como um buraco negro, a roupa como um buraco negro, a filiação, o banheiro, a essencialidade da água em seu percurso de chuvas e lagos (urina e lágrimas) a língua com sua carnosa potência, os olhos os olhos o Nariz, singrando o rosto por cima de lábios e sorriso, o sabor saber

domingo, 12 de dezembro de 2021

Inexiste o virtual (o mundo está todo recheado)

Não há virtual, a materialidade que é intensa e misteriosa.

Assumimos com facilidade que a letra e o mapa possuem uma segunda natureza, imaterial. Uma segunda existência, no seu significado, e nas verdades que segredos anotados podem encerrar. Um segundo plano de existência, abstrato, superior e regente do plano material, as regras que dão sentido ao diretamente intuído (que é um tanto grosseiro, burro, fora de foco).
Mas não há virtual. “Nada há na mente”. O sentido, a verdade que leio no mapa, não passa duma sombra, dum reflexo da materialidade brilhando mais além. O sentido só existe na medida da sua conexão, dos fios longos, longos como coleiras, que o atam ao mundo...
De volta ao mundo, seguindo o mapa, mesmo as trilhas que ele aponta, os caminhos, não existem. O que “está lá”, apenas e poderosamente, é uma vala que conduz. Os contornos desenhados são condensações, sedimentações da amorfa matéria que esboça Cercas e Centros, linhas divisórias e suas passagens formadas a partir do revolvimento massivo, em proliferação de princípios motores, do princípio genético da oni-concepção.
Não há nada além do papel do mapa, e da tinta de suas inscrições. E são justamente essas posições, esse seu desenho, que pulsa como um ponto-porta em que se retêm redes, reinações da matéria engalfinhando-se com ela mesma.
Ver no mapa, apenas o papel pintado, e apreender a força deste papel pintado, a força da tinta e do objeto mágico que ela cria: a força do rosto, a força da língua, apenas no rosto, apenas na língua: o mundo é real.
É preciso ver suas raízes, desenterrar as imensas letras: elas estão nuas, o mapa está nu, vejam o mapa! Ele pulsa! Inexiste passado e futuro: "só existe o que é" e o que existe é o presente, o milimétrico instante do agora: que é então um instante transbordante e pesado, grosso mesmo pois guarda nele todo o virtual que imaginavam fora. O mundo é denso, é maciço (não há vazio entre átomos, tudo está recheado) o mundo é denso