quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Mendo Rato

Essa semana passei numa casa – olha, a casa tinha rato. Ratos, era mais de um: que apariciam de-noite, pra nos visitar.
Pois do começo: mal távamos chegados, de mala e mochila e o gôstoso da novidade; nos espraiamos na sala e sofás, lareira, discos tocando; alguém foi na cozinha e viu, um rabinho s’escondendo, e gritou:

- ai! um rato!!!

Nem posso começar que foi-se a casa toda em polvorosa. Mininas tudas sem-jeito, de enfrentar a tradição, serem-se mais, digamos, imperiosas, e travarem batalha: que batalha? Então estou eu, de vassoura na mão, conduzindo os trabalhos...

Eram dois ratos; quase um videogaim de expulsar, prateleira por prateleira, com o cabo da vassora. Até s’excapulirem pela porta. A despensa um caso sério...

Lavamos todos potes e, limpamos tanto da sua caquinha de roedor: qu’eles fizeram buraco no saco de farinha e c’os dentinhos só um rasguinho pra dar de comer na porcalhada, digo, rataria mesmo. Bicho desgraçado. Eu no lave-lave, ispiando indícios da civilização inimiga. Onde serão os buraco de entrar? Quando-

- Ai! o rato taqui!!!

Não é que o folgado foi passiar na sala? bem por debaixo de pé de gente, o danado? sem-vergonha... Essa noite termina conosco à varanda, já meio-rindo quando - ai! - mas que diacho... o diabinho tentava cruzar a porta. Expulso. Dormir. E é proibido sonhar com rato.

Dia siguinte então, o Estado-Maior delibera o plano de ação. Simone, mestra-cozinheira, advoga ratoeiras: que cumprem logo o seu serviço. Os pais da moça compram um saco de saquinhos, de venenno barato, rosinha, qui demora quatro dias a matar. Parece uma ração. Eu cá dimirando, quem lhe mata a paulada. E a môça quer tapar os buracos, com jornal, os tantos furinhos pr'ele nem chegar...

Cai a noite. Pratinhos de veneno sirvidos aos nossos convidados. Eu insisto na ratoeira. Não gosto de não-ver o que acontece. Porque quando tamos no sofá, as meninas veem o pobrezinho roendo a pílula da sua morte. Será que mata mesmo? ratinho pequeno do campo, que não toca em esgoto, ô peludinho fofinho (mas qu'ele fura a casa e reproduz cagando e comendo tuda nossa bóia).

Quando depois ele carrega sua pedrinha apetitosa, com patinhas-dedinhos (roedor, roedor; um coelho, capivara! dentuço!) mas o furo na porta, sua saída, a gente tapou! ele revela nada menos que um furo no chão! Por onde vai mergulhar. Mas não consegue fazê-lo sem deixar para trás a comida... Vemos então essa cena, simpática: o rato mergulha no furo, a pedrinha rosa fica. E do furo aparece um narigãozinho cheirando, e olhinho espiando, a mãozinha tentando puxar... E nós rindo, algo enternecidos - e confusos! do assassínio a prazo, do bichinho trapalhão, peludo, sem medo...

Por isso tudo eu insisti na ratoeira. Não vem com essa de crueldade, crueldade é matar! Então matemos vendo, sem si enganar do que fazemos. é coisa séria! eu pensava, i daí, me cortei armando a ratoeira... me cortei na própria lâmina, que deveria matá-lo... se já não matou algum! Cortei o dedão naqueles dentes de aço e, muito emaconhado – depois de instalar como isca meia uva passa – que eu mesmo mordi metade e saboreei o gosto que ele viria a provar – antes de ser vítima da mola – igual meu dedão que sangrou! – percebi estar entrando num devir-rato e os campos de extermínio das raças...

Acabou que, afugentando um rato (nunca sabíamos quantos eram...) ele caiu na ratueira, ficou ali pulsando. A gente comentou que tava matado, igual envenenado, mas de maneira analógica. À velha moda. Sem mistério, e de manhã a empregada se livrou do corpo. Já deu de rato. Me demito.

Uma semana depois, fosse veneno ou se não (que morte ele dava? e se eu comesse, enganado?) eles pararam de vir.

Resta saber se não vêm, na nossa ausência...

*

O pai da moça havia sido contra a ratoeira. Vendo TV, dirigindo carro, fumando maconha e se empanturrando nas delícias, fim de semana tranquião... achava muito bem o tal veneno. Não viu nenhum rato, nem quis ver eles comendo, entrando no furo, “sendo espantados” da cozinha com a vassoura... Não, não quis ver nada, e comprou sacos de veneno; mas ratoeira? barbaridade!

Então na quermesse que houve, a môça teve ideia, diabrura: e comprou um ratinho dêsses de dar corta. Pra assustar os velhos, e tava o pai vendo olimpíada, a mãe sonolenta ao lado... Soltamos o rato – ha! Johanna deu um grito bem convincente:

- ai! um rato!!!

e caímos na gargalhada.
hahahahhaha

(dedicado ao pepê, pelo final)

-
Albarrato André Aracnídeo

sábado, 30 de julho de 2016

dia desses foi dia dos avós
eu gosto desse dia pq ele confunde os gênero tudo:

a avó
as avós
o avô
os avôs

mas daí que nessa língua portuguesa <bigenerificada e falocentrada> na qual toda generalização vai pro masculino (pois o macho nunca pode ser tratado no feminino, a heterossexualidade é frágil), se confunde, se esculhamba nessa troca de artigos...

os avós.

seria como

os mães.
as pais.

prefiro assim, a confusão de artigos, de gêneros, ao x impessoal e irreal.

sozinha, curto essa pira de brincar com artigos, sou confuso, sou imprecisa, tropical.

as albatrozes onaldina e luis machado

terça-feira, 26 de julho de 2016

Adoro a história de Benjamin Franklin.

- Então, seus aristocratas idiotas, seu povo ignorante! Eu sou poderoso! Sou um rei dos elementos!!!

DIsse, e saiu correndo pelas colinas, no meio da tempestade, com uma pipa a tremular atrás de si.

- Ele está louco!! Não se solta pipa em tempestade de raio!

E sem demora, de fato, todos vêem o relâmpago atravessar a pipa do homem, ligando o céu à terra.

Mas o raio é desviado por um fio de prata, pendurado na linha da pipa, roçando o chão.

Volta Benjamin Franklin, "eletrizado", senhor dos raios.
Um grande, e poderoso mago.

Tenho meio medo dele, na real.

-
ANdré Masson Aranha
Dedicado ao Gus Levy

SIMBAD - Gosto da ideia da CUCA SEM CABEÇA

DIÁCONO - Você quer dizer MULA SEM CABEÇA?

SIM - Não, isso eu acho meio estranho, tipo uma égua, um cavalo soltando fogo do nariz? Um cavalo muito bravo, selvagem, meio de espécie híbrida com mula jumento burro... Cavalos né, antigamente falavam de centauros e povos cavaleiros, o poder dos animais...

DIA - Tipo os egípcios cultuavam gatos e panteras, conviviam bem em meio a realezas felinas; os maias iam viver como jaguares-tigres, vestidos da pele de um e afiando seus dentes, urrando como humanizações da pantera...

SIM - Não cara. Me confundi. Deixa a "sem cabeça" pra lá: é

"Dorme criança,
que a CUCA vem pegar

Papai foi à roça,
Mamãe foi trabalhar"

DIA - A CUCA

SIM - Não sei se vocês lembram um personagem do Sítio do Picapau-Amarelo, uma jacarézona.

DIA - Adoro o nome daquele Dinossauro: TIRANOSAUROS-REX

SIM - Rex, de Rei dos Dinossauros.

DIA - Uns ARQUEÓLOGOS: Malucos que medem pedras, contando dos esqueletos antedeluvianos - porque houve um dilúvio né, muitas culturas confirmarm isso)

SIM - Sinceramente acho que se a galera tá acreditando em répteis tretas.... Tipo que jacarézões estão entrando pela janela e abduzindo seus filhos.

DIA - O monstro de dentro do armário.

SIM - É como Marx previu, Moisés previu, Einstein previu, judeuses e a antiga maçonaria (mitos antigos, de um tempo de santos e miragens reais

DIA - Ah, esses nomes... lá no tempo em que nós construímos essas igrejas...

SIM - Nós não. Foram os nossos AVÓS e as avós dos nossos avós, que construíram isso, hahaha. Eu não tenho nada a ver com isso né, sou só filho de filhos de filhos...

DIA - A CUCA é meio uma avó jacaré, o Tiranossauro Rex é um osso na verdade... Um osso!! Tem gente pirando num osso imenso como a resposta do passado do mundo...

SIM - Antes do Dilúvio... aquele sonho de Atlântida: um poder instaurado no mundo que fazia o bem...

DIA - Agora só conseguimos imaginar isso, se forem alienígenas. Sim, porque "somos os mais avançados do mundo, do sistema solar".

SIM - As pessoas duvidam muito que se vá encontrar outro lugar nas galáxias (galácticas, via láctea de estrelas: Os sóis distantes que nos orientam durante a noite. Leite que não se sabe se é paterno ou materno, leite da noite celeste)

DIA - Tudo isso uma grande pira sobre como representar o passado né?

SIM - Sim, estamos falando da HISTÓRIA DO MUNDO. O que aconteceu antes. De onde viemos etc etc.

DIA - Havia um grande hieróglifo no mundo antigo, que foi perdido, mas que orientou os povos por milênios. E nele estava desenhado de fato o que ocorreria no futuro. Fora escrito numa linguagem arcaica, de simbolismos diabólicos sobre o metabolismo de tudo.

SIM - Aquele que parece umas letras né?

DIA - No início havia a "Grande Vibração Contínua", MMMMMMMMMMM. Ou melhor:
havia antes uma continuidade de matéria

SIM - Então houve a interruPPção do contínuo
sssssimmmmmm...
mmmm...
mmmmmmP
!!!-!!
!

MMM
M´´´´M
M><M
M__M
MMM

DIA - A "ligação" e a "interrupção" representadas, simbolicamente. A contagem dos dias e das noites.

SIM - As pessoas acham que sempre existiu "Linguagem". Linguagem tá sempre sendo inventada, é interpretar, se fazer entender, falar, fazer som, balançar a língua, traduzir.

DIA - Mas não é nada disso que eu queria falar. Eu gosto dessa ideia dos répteis, dos lagartos, porque ela é um guarda-chuva de mitos populares, realmente populares: contam de um tempo de ciências antigas e com vários parentescos com descobertas famosas...

SIM - Atlântida...

DIA - Hoje querem me falar de HISTÓRIA GLOBAL e vêm com um papo de duas "grandes guerras", uma para de menos de cem anos atrás. São muito apressadinhos.

SIM - Mas se tentamos entender através da HISTÓRIA MILENAR ...

DIA - Engraçado como a Cronologia Científica é a Cristã, onde o tempo se organiza em "antes", o ponto zero (cruz, o X da encruzilhada), e

SIM - Tem uns papos bem oficiais (os que a inquisição não caçou "aleatoriamente") que jesus foi inventado no século seis, ou no oito...

DIA - Porque porra, quase não havia transmissão da história pela escrita. Era HISTÓRIA ORAL para a maioria das pessoas, quer dizer: se você não fosse um padre maluco, ou algum tipo de "mago, alquimista, rabino, co-merciante, ligado a mensagens e ouro ".

SIM - História antiga que está parcamente transcrita. Além claro da inquisição.

DIA - Acho que precisamos entender mais a história das religiões. O que causa realmente estar unidos por ideais espirituais. Que hoje se dizem laicos, o que significa

<<< gostei muito de gritar, outro dia
FORA DEUS!!!!!
>>>>>

SIM - Mesmo na cronologia oficial, a Inquisição é super recente. No milênio antes do Renascimento, que segundo eles é quando o cristianismo "pegou", havia várias "igrejas", isto é, templos, construções duráveis com acesso a formas de pintura duráveis, minimamente construtoras de lembranças.

DIA - História das formas

SIM - Falam somente de uma história da matéria, fingindo que a forma não foi criada.

DIA - Não, fingem que a forma já existe, ela não se altera no tempo. Só se altera a matéria... os nomes, são fixos

SIM - Precisávamos falar mais de um tempo antes dos nomes...

DIA - Quando éramos a multidão?

SIM - O MMMM das mãos,,, quando não pensávamos tanto.... quando nos entendíamos... E agíamos em uníssono.

DIA - Algo a ver com bandeiras?

SIM - E a invenção do futebol? Com seus grandes estádios para o uníssono? Eram efeitos sonoros, era um grande instrumento de vibração do som. Uma rinha, com uma prova no meio, cercada de apostas e bicheiros...

DIA - Calma... falávamos de BANDEIRAS?

SIM - Bandeiras é muito recente, você tá pensando em termos dos últimos dois, quatro séculos. Tem algo gregário muito forte acontecendo, que já tá acontecendo há mais tempo, há alguns milênios pelo menos.

DIA - Os antigos falavam muito do Inverno que viria, e da Primavera que deveria ser conquistada. Uma história de quem constrói casa, planta e cresce algo na terra, exatamente sob o mesmo astro.

SIM - Não entendo a tara dos cientistas - físicos, químicos, "engenheiros", matemáticos - de denegrir astrologia. Newton se amarrava num 4 elementos, teoria das 7 cores, primórdios da alquimia. E ele não era um "doidão". Ele era o diretor da ROYAL MINT, a casa da moeda, e decidia a proporção exata que valeria a conversão entre o Ouro e a Prata.

DIA - O BIMETALISMO? Achei que ouro era tudo igual.

SIM - Não não, existem vários dinheiros: a moeda de metal vagabundo, a moeda bôa, a nota pequena, a nota velha, nota grande nova, e umas paradas de plástico ultra-complicadas que não significam mais tecnicamente...

DIA - Que não vale nada

SIM - Plástico

DIA - Magnético

SIM - Número

DIA - Adorava os dragões na borda dos mapas, tempo em que se levava deuses a sério

SIM - Tudo está cheio de deuses

DIA - FORA DEUS!

SIM - O grande rei dos lagartos, o pai do petróleo que está nas profundezas e que queima pior que toda árvore. A grande resina das cobras de antigamente

DIA - Antes da passagem da semente pela maçã aos mamíferos....

SIM - No Éden? Dos anjos e espadas de fogo? O tempo da nudez

SIM - É tudo uma história da invenção das roupas. O inverno, e tal.

DIA - A chegada dos Tretas.

SIM - As pessoas têm uma pira com serpentes, serpentes que se engolem e são frias, se arrastam no sol no solo na água como moréias...

DIA - E seu veneno (nós tomamos SANGUE DE CAVALO NA VEIA se uma cobra nos pica).

SIM - Oswald de Andrade (O de A, O A do A ESCRITO NAS RUAS).
Quando foi proclamada aos brados a antropofagia (macunaíma teve 500 cópias, era mais um mito-livro do que...

DIA - Os navegadores de milênios atrás já contavam de umas terras perdidas.

SIM - O mundo antes da carta geográfica. Antes dos mapas, das fronteiras. O mundo não datado. Não catalogado.

DIA - Sem arquiteturas, sem ruas: o mundo como descoberta do corpo e do arredor, a simples existência permanente.

SIM - Vivemos numa terra antes chamada de Mare Brasilis
quando dizem do "Descobrimento" estão falando de uma luxúria de um novo patriarcado se rejubilando na penetração do Éden. O Éden que os navegadores contavam... os navegadores dos portos e seus mercadores...

BOLO

-
Al-Barão André Masson

segunda-feira, 11 de julho de 2016

LIVRARIA FGV

Fiquei pensando em voltar e comprar o livro da antropologia de militares
já aquele de humor direita -
olavo de carvalho -
melhor não.

Quando eu falei de "direito do trabalho" ela riu, "Pegue algum desses manualzões aí na estante".

Você entra no prédio e à sua esquerda está uma réplica reduzida do "1° submarino nuclear brasileiro" que eles financiaram.
Isso é no prédio antigo.
Tem um prédio gêmeo novinho, que inauguraram do lado, com obras de arte pela grande calçada que separa os dois - foi projetado para os pedestres subirem as escadinhas que dão nessa calçada, e atravessarem a rua, e circularem entre os dois prédios - igual outro prédio vizinho, o Edifício Argentina. Uma área pública.
Mas quando inauguraram essa calçada, não gostaram da circulação. E cercaram as escadas, com cerquinha de fila de show. Hoje você vem pela Praia de Botafogo e vê essas escadinhas terminando em uma parede de vidro, e aquela calçadona vazia, cercada. Foi a solução permanente, a tamanho arroubo do arquiteto.

FGV-RJ, na Praia de Botafogo
Templo dos meritocráticos, do branco contra cotas, contra raças
Tecnocratas que se veem além da direita, ou da esquerda:
fundação getúlia vargas. um instituto que fabrica números de inflação.

As três grandes livrarias de advogado que tinham aqui no rio, fecharam. Terá alguma ainda aberta? "Igual em nova york" diz um estudante de calças e sapato fechado, porque de bermuda não entra no prédio "é por causa do acesso a artigo diretamente, via internet"

E eu com saudade das livrarias-bibliotecas, onde consultamos livros e vemos os que estão apinhados perto deles. toda biblioteca é pública, se os livros podem ser abertos, o conhecimento está ali, brotando, livre. na internet só tem livre os artigos...

Na biblioteca da FGV não se pode entrar sem ser estudante de alguma universidade. Eu não sou.
Onde acho então uma biblioteca ou livraria, de direito/finanças públicas? de advogado?

-
Albatroz André Aranha

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Abre-te Sésamo
é a senha
pra postar no Albatroz​

AL
parece que vem ALFABETO
mas não
nada de alfa
(F feio)
nadadicas ducas:
ALBBBBATROZ
de assim:

a


DáRIO

ATROZ
ahahahahhahahahah

de A a Z
igual arroz, AAAuxxkjfsffdjROZ

tentativa de traçar o OM com Z
em letras com duas pontas
o esticamento de linhas no mundo:
entre a Terra e o Céua
C
sobre
T
corre (como rios de chuva)
a razão-rua e o reto, medido

mas nada disso
não é alfabeto
antes desee F de fim
tem o B de bebê
(olhe as marés por outro lado)

é albatroz
abecedáriommmm
mmmmmmm
mmmatro
Z

mãos-mães da matéria

Abre-te Sésamo significa:
procure um burrinho, escondido atrás da porta, que te abre mesmo que você tenha perdido as chaves
procure algum burrinho ou burrinha que conheces atrás dessa porta e diga:
Abre-te Sésamo

(brincadeira ninguém é burrinho de ninguém ou
liberdade à burrinhação entre nós
eita povo com imaginário mais difícer

-
aLTRAVIsseiro
andré saranho

domingo, 19 de junho de 2016

O A nas ruas

Anarquia: que palavra!

O “A” na frente, como em “Analfabeto” ou “Anônimo”, promete uma abolição do que lhe segue.

Mas se tanto a "não-alfabetização" do Analfabeto, como a dissipação da autoria, no Anonimato, nos parecem autoevidentes, e compreendemos a ausência que o “A” aí promete; é com dificuldade que identificamos com precisão o estado Anárquico da existência.

Logo saímos da rua, onde víamos o “A” pixado pelos muros, e as milícias de preto em combate com policiais; para abrirmos arquivos poeirentos, e perguntar a etimólogos e arqueólogos de quê língua mais arcaica nos vem essa palavra tão empolada e esquisita.

E não seria com grande ironia, que encontraríamos a resposta: é a raiz mesma de ARCAIco que é negada na anARQUIa. E o ARQUIvo, o ARQUEólogo! É anarquia a insurgência contra os arcanos do passado.

Confusa resposta, que a palavra nos devolve. Ela prossegue: e não seria o encontro do Alfabetizador com o anAlfabeto, como o encontro do Arquiteto, com a anArquia?

O arquitecto planeja e rege; ele principia o cortejo do trabalho. Arqui-técnico principal, príncipe de pedreiros e carpinteiros: sobre todos os técnicos ele impera. O arquiteto, como o arquiduque, o arcebispo ou o arcanjo, é o Primeiro, o que vai à frente, a vanguarda que funda o arcabouço arcaico que nos rege.

Frente a ele, a anarquia aparece como o estado anônimo, sem identificação de hierarquia; como o estado analfabeto, sem submissão ao arcano conhecimento dum autor externo; a anarquia não tem monarca a reger, não obedece a arquétipos do que deva ser.

A palavra anarquia nega mesmo toda vanguarda, que lhe ditaria regras, princípios qual príncipes a lhe reger seu curso de ação; mesmo a própria palavra “anarquia”, arcaica que é, não lhe pode preceder: vitória do analfabeto.

Que fique então claro, essa palavra trata do que está entre uma vanguarda e outra, como o anonimato preenche o espaço onde a autoria não se dá. A anarquia questionará então toda vanguarda, todo planejamento externo, anterior; toda alfabetização como submissão ao conhecimento, e não como recriação do alfabeto; toda autoria centralizada.

-
Albatroz André ArAnhA

quinta-feira, 9 de junho de 2016

depois da alfabetização, alguns escritos de freire falavam de um segundo estágio do círculo de cultura
onde se debateria o conteúdo midiático que nos chega, e se desenvolveria uma capacidade crítica de recortar sua superficialidade, desmontar sua embalagem e acessar seus fios condutores
contra uma educação pela repetição de slogans. por um método crítico

ando assustado de certos núcleos "de oposição"que ora vêm surgindo esquecerem tanto essa lição
e se deixarem ecoando vaias alheias acreditando na potência de ressoar o vácuo
é o imenso nada que eu ouço atrás de sua fala vazia

querem negar a negatividade do outro, num espelho de nãos
em vez de afirmar um projeto. em vez de se olhar, se conhecer finalmente.
não, que esforço indigno: olhar os colegas nos olhos, admitir que estamos fracos como nunca, que nos pegaram desprevenidos e que não temos já pronto o mundo alternativo. e daí meter mãos à obra.
não, jamais admitir que não sabemos, vamos entrar no embate frontal dos slogans porque não há tempo para o estudo crítico, para a pedagogia, para o círculo de cultura...

pf... isso é "jornalismo" andré, o mais baixo grau da filosofia, da literatura, da beleza, de tudo sua criança...

e aí eu tenho que desenvolver um vocabulário pomposo para isso que faremos?
veículos de comunicação de massa?

me sinto tao tragado no espelho
diabolo pro detras do simbolo
rasgo no véu da realidade
por onde se esvaem minhas energias

naõ quero acusar ninguem. ate os que me cercam, nao sao essa caricatura. mas esse fantasma espreita, esta tao viva, essa cegueira. e como me suga

eu me sinto "sugado"

-
alatrroz andre

https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=1671118872945894&id=1323425004381951

terça-feira, 24 de maio de 2016

Tributo a 248

Tijuca, no desaguar do metrô depois do morro. Tijuca atravessada por todos os nervos do rio. Mas que rio? São sempre muitos rios na bacia  de guanabara. Quanto mais no imenso rio que é o mundo.
Na rua Pereira Nunes, 248, este número
Pode uma casa ser mais número do que casa?
número é casa de botão, mas e se você conta errado?

E se as palavras são rainhas?
Mapa astral da palavra
2, 4, 8, são os pares. Os pares dobrando, já salta sem seis, direto oito.
A senha do cadeado é esta rápida tríade (passado, presente, futuro, 248) cercada por quatro ímpares.
Resta que o 6 segue implícito, como se a casa fosse fechadura para uma chave, o 6

O 6 de dois triângulos atravessados
o ascendente: perna-perna-boca
o descendente: ombro-ombro-?

Este ? sempre foi um atravessamento na 248.
248: Ateliê
Casa das Manualidades
Casa
Comida boa
Festa
amigas, amigos

Perguntava se 248 era uma matriarquia.
Dizia anarquia
analógica
mas como dizer isso mexendo tantos dedos?
(o triângulo descendente ombros opostos ao ?
mas que iguala os ombros
e ? é como um lado do ombro
? é um hieroglifo
uma face da moeda
ascendente, descendente. a mão do rio, sua direção ou erro (direita, esquerda)
Na 248 brilhava o hieroglifo mãos (?)
Monarquia direta; manuarquia da canhota

<<<<<
<<<<<<<<< permitam-me falar sobre ?

vejam a letra T
(alguém poderia dizer: no princípio,havia a letra T
mas isto seria dizer: blablablablá, T)

T

soa
TER

dizem:
__S__
_TER_
__R__

já é a cruz de duas linhas
ssssssssssssssssss TER
ssssssss de silêncio
Ser x Ter

Mas seria T essa encruzilhada?
Olhem o T
T não é cruz. não é +. é T

olhem só a letra!

T
duas linhas saem de cima
e uma linha longa chega em baixo
essa linha longa, como um L
é o UM
Eu
que encontra em sua ascendência
o dois-duas, a bifurcação

T
Pelo umbigo do um: do L. pelo seu umbigo se encontram 2 anteriores ao ? entre as pernas, que é só 1/2

T: o umbigo no ventre do corpo (L) de seis faces (o centro dos dois triângulos atravessados, perna-perna-olhos
mão-mão-?)

pa TER ma TER

vejam o M vibrando
MMMMMMMMMMMMMMMMMM
o som que faz, na ponta dos lábios
mamãe(mão) ma(madeira)
mamar mar mamar mar amar amarrar

P
PA
havia o mmmmmmmm
de repente: mmmmmmmm \ P / !!!!!!!
de repente m vira a gestação de M ou P
gravidez
máterna

248 Maternalismo
matéria
Matriarquia >>>>>>>>
>>>>>>

Acima de tudo (o que está no alto) a 248 é uma casa
Ela é assim vista do céu

Veja bem: são números
mas é A 248
há um A na frente

A 248 é precedida, quando se fala dela, do som: A
querendo dizer que é uma entidade feminina? A Casa?

Neste momento, estou na 249
ops digitei errado. Estrou na 2489
digitando meio mal
é porqueo teclado da beta (esse alfabeto!!) está duro

daqui a certo número de meses ( de luas, de números ) não vamos mais vir aqui: nesse território
porque a 248 é uma cerca num terreno marcado, território
ela é terra mas é antes terreno (número)

podia falar do aluguel então, que é dividido igualmente
quando eu entrei tava bem bom em 200

Fazia comida boa na cozinha...
Tinha festinha
Música boa
Gente maravilhosa
Aqui fui feliz tantas vezes
tantas x
encruzilhadas-encontros de data
(estou feliz aqui, agora:
pois mi despido (mi dispo? me disponho)
a lhe dar esse grande beijo

albatroz
aranhas de 8 patas
porque eu cheguei mais pro final
(beta é 2 está no inicio com Carol C que é 3 (ABC) e que é o início da senha oculta nesse texto
248 não começa em "1", mas sempre 2, 3, digo 4, 8, e vc já pulou o 5, o 6
(é uma casa muito dialética, de yings e yangs (esses gênios, djinns, números espiralando no espaço)

me dá alívio margô e guri já terem tomado um rumo
a gato o gata dois duas felínicas presenças
cinzas com branco
matavam baratas, davam carinho
tinha só que trocar areia e dar comida
dois bebês da casa bebendo atenção

nos últimos meses, a descarga da privada da casa começou a vazar. não consigo deixar de pensar num velho, ou velha, que deixa de controlar a bexiga. o corpo falha, prenunciando o fim.

pessoal vamos organizar uma (ou duas) festas de funeral!
(até pra ajudar nesse número aluguel que está duro fechar esse fim de meses)

-
ãré

domingo, 17 de abril de 2016

Manoel de Barros tem um poema gostoso que começa com "Entrar na Academia já entrei (...)". Uma vez, lendo-o a uma amiga, entendeu ela que se tratava de uma academia de ginástica -- o que não deixa de ser hilário, imaginar o Manoel de Barros correndo na esteira da BodyTech. Desde então fiquei pensando em como é engraçado isso de que uma só palavra possa ter dois sentidos tão díspares, ainda que tão próximos. Digo: a Academia referida por Manô, com "A" maiúsculo, é a universidade, casa do saber instituído. A outra acepção é de um centro de atividades físicas. Mente e corpo numa disputa excludente pela mesma palavra. Feito Nossa Senhora Aparecida, cuja cabeça volta e meia desgruda do corpo e cai.

Alba Sant Perligeiro

Entrar na Academia já entrei mas ninguém me explica por que essa torneira aberta neste silêncio de noite parece poesia jorrando… Sou bugre mesmo me explica mesmo me ensina modos de gente me ensina a acompanhar um enterro de cabeça baixa me explica por que um olhar de piedade cravado na condição humana não brilha mais que anúncio luminoso? Qual, sou bugre mesmo só sei pensar na hora ruim na hora do azar que espanta até a ave da saudade Sou bugre mesmo me explica mesmo se eu não sei parar o sangue, que que adianta não ser imbecil ou borboleta? Me explica por que penso naqueles moleques como nos peixes que deixava escapar do anzol com queixo arrebentado? Qual, antes melhor fechar esta torneira, bugre velho… M. de Barros André Aranha - enxameadas de sofistas, ambas; e o platão, que fundou essa palavra, Acadimia; ele já dizia (num diálogo lindo sobre a retórica, o Górgias): verdadeiro filósofo seria o mestre da ginástica, que não nos traz prazeres, comidas condimentadas, falsas sensações de alívio que se desmancham no dia seguinte; ele nos dá a verdade do corpo, sua postura, e os penosos alongamentos e exercícios de que fugimos, mas que nos trazem o bem vindouro. Também a academia das bibliotecas afunda hoje em ecos, reflexos e fantasmas de uma filosofia tão distante dos cuidados do corpo;;
a acadimia devia ser uma só, estudarmos a palavra bem-sentados, harmonia de tons vocais silabando o conhecimento dos gestos belos sim, às favas com essas academias de sombras; vamos canibalizar suas ruínas na aurora das novas ágoras; a academia sou eu ...disse a excelentíssima amiga Madalena, e eu aqui anotei. andré

terça-feira, 12 de abril de 2016

«««««« ‘descubra semanalmente’. a importância de frequências que são de outro lugar, sonoras, conectivas, outra dimensão. verbos na gravidade, falas de outra ordem, corpo solto. aquele clichê insubstituível: if i can’t dance, it’s not my revolution. penso que em tempos difíceis, dançar, sair, tocar, produzir, dançar, pintar, cantar, fazer ritual, são mais do que ações, são necessidades. atos e mais atos. tem(os) que sair por algum lugar. queria falar de corpo, só dança e tecno-terreiros-eletrônicos, amigos que produzem festas e querem tatuar que amam elas no braço. amo eles, culpa disso tenho dançado, e também pq há um tempo andava sem graça, a tal da noite. (pra quem quer) ela é um lugar de afetividades e corpos vibráteis em meio a fortalezas duras e irreversíveis. hahaha. poucos dançam. mesmo, logo se vê! viagem, ia dizer que não queria falar de política, mudar de assunto. mas aquela coisa... corpo, ser político. a porta de saída da festinha é ali na esquerda.
Cosentino Colibri Clara
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Comentários
André Aranha
André Aranha achei esse final muito esquisito? e eu tava gostando muito, mas não entendi o que quis dizer? uma ambiguidade incômoda, eita, de repente um banho de água fria de política mesmo.
André Aranha
André Aranha daí ir lendo de baixo pra cima, voltando as frases. ia dizer que não queria falar de política - mas falou? 
poucos dançam
e só agora que vi, linhas acima: em meio a fortalezas duras e irreversíveis. irreversíveis?
André Aranha
André Aranha realmente, que doido, eu sinto que no final do texto você veio, e parou a música, e falou: que porra é essa que está acontecendo? vc está só lendo como curtição, sem prestar atenção nas sutilezas?
Santiago Perlingeiro
Santiago Perlingeiro vc não entendeu nada, Andrei, o final é o melhor, justamente pq não tem nada a ver com política, só referência (geográfica?)

segunda-feira, 11 de abril de 2016

entao pra virar jornalista do ibge vc tem 2 vagas e é uma prova de multipla escolha imensa em 4 hs. agora eu pergunto. q porra é essa, q delirio de basear um sistema em treinar pessoas a ficar sabendo escolher o pote onde parou a bolinha, e td cronometrado. vcs estão lunáticos? ah desculpe;;;

nós vivemos a midia esterilizada e por isso verborragica, imensa maquina de produzir fantoches vazios todos os dias, ate capturarem toda a atencao em seu espetaculo, suas provas, os herois que escolhe; mas há a brecha, por vezes ocupada, da proliferacao de imprensas, das aceleracoes dos espasmos de auto-consciencia da massa, novas cadeias nervosas conectando ações dispersas em um novo musculo social

no metrô hoje:
bonito né, petista falando no iphone, cadê o orelhão agora?
mt bonito tb, capitalista no metrô, cadê a bmw?

achei essa boa. n vivemos as ideias caralho, vivemos as classes.
outra boa: já q tudo é made in china, e o proletariado foi pra lá (as fabricas... mas tem tanto chinês por aqui), o brazil quer reprimir e virar só fazenda;; e nós da cidade reclamamos. é a história mais velha q tem. partido conservador (monarquico, rentista) x partido dos profissionais liberais, coligacao urbana... q sempre racha e uma ala vira o novo conservador.

acabei de voltar do aniversário da sogra (q ficava sendo anfitriã e ng dava bola, aniversário do cunhado tb e ele calado no canto, a casa tomada pelo pai, seus irmãos, amigos e sobrinhos adultos; eu me dando conta de minha mae passar o mesmo; e diabos, eu vou seguir esse mesmo caminho? nunca escapar do patriarcado basico do lar? fechei os olhos um momento, abismado... espero q nao
mas enfim, q saco esses papos sobre a câmara, se o rei vai ou não passar a lei, se vão prender ou julgar o rei. n sabemos nada porra. fodasse o rei. n sei nada. me sinto orgulhosamente uma dona de casa q lavou louça o dia inteiro, nao sei lhufas dos ministerios só sei que estou aprendendo a costurar, a cozinhar legume, a lixar móvel. e agora me vem o doutor todo versado em complicacções de língua, q lhe disfarçam a total irrelevância, explicar meticulosamente sua opinião bombástica: de q td vai dar errado (ou ele acerta, ou algo salvou a situação, mas ele é sempre muito ponderado...) q saco
como se quem nao le esse jornalismo de bosta nao tivesse nada pra falar. sobre a vida, sobre o mundo, o tempo q vivemos, o q vai acontecer, nada?

este livro magnifico, o Leopardo, na sicília, 1860: "Seis meses atrás (quando era monarquia, absolutismo real, o poder alienado da massa) ouvia-se a voz dura e despótica que dizia: 'Tem cuidado, faz como te digo'.
Agora (na democracia falseada dos liberal-nacionalistas e seus jornais monotônicos, tudo mudado para tudo permanecer igual) sentia-se que a ameaça havia sido substituída pelas palavras doces do usurário: 'Mas não viste que foste tu mesmo a assinar! Isso é evidente. Deves fazer como te dizemos; repara nesta letra: a tua vontade é igual à minha'."

tese simples, de que não há passagem do feudalismo para a burguesia, isto é, da monarquia à democracia; o povo é soberano aonde? se está todo mundo fodido? há é ilusionismo, roupagem, usura; jogo de disfarces onde as coisas tomam nomes trocados e a palavra nunca é o que diz; diá-bolo: o sím-bolo (uno) atravessado por um reflexo eco sombra, jogo de fantasmas.
a carta do coringa, que se disfarça das outras, falseando os jogos;  nossa conversa opaca, cega, vivemos o baralho;
e caça-níqueis, calculadoras de cassino, máquinas da loteria é o que construímos em nossa lógica disparatada, desenfreada com tiros e aço pavimentando seu caminho

ando meio puto de ter passado 27 anos achando q jesus existiu, e agora descobrir q é um dogma, como qqer outro dogma q enfiam na nossa cabeça, um mito de homem divinizado e puro do contato com a mulher, apanhando do estado, mais um revolucionario hippie q se fudeu. mito de merda, capturam as mulheres sempre como eva (q sai da barriga dele) maria (de q negam sexo , placenta, mamas; queriam negar ate o parto pq fazem presépios com ela achando a criança no meio do celeiro) ou a mais resistente imagem da madalena (uma louca nua e cabeluda q eles chamam de puta e enfiam hostia na boca) sao todas a mesma personagem: a mulher porra, a mulher q por mim ergueria um estandarte da menstruacao afirmada (mas quem sou eu, olho minhas bolas e filhos da puta destes ilusionistas, q fundam um patriarcado onde o pau está pactuado com o fascismo e meu corpo está negado em ying yang, nao sou então terra? sou ser falso, só metade carne, veiculo de fantasma, eterna forma sobre materia? mas tenho mãos, e proclamo ao céu, ejetando linhas de luz pelos três dedos erguidos em riste, mãos, mães da matéria: origem originadora da origem originária
ORIgem ORIzonte

-
albatroz peter coast

sexta-feira, 8 de abril de 2016

maconha
quero ter maconha
e decidir se fumo ou não
estou cansado dessa coisa de só fumar a dos outros. quando me dá a sêde, de acender o brilho, os olhos ficarem estrelas
eu decido e cindo em duas metades, há o dois dentro de mim
quero ter o bec e fumar quando decido, cindido em dois, e montar o muro e abri-lo. saber ser porta, que fecha e abre. olho que dorme, que olha pra dentro. não só impulso, desejo irrefreado fumando ao sabor da sua aparição, sem ir atrás, sem recusar tampouco... levado pela maré, a vela solta
quero tornar-me um grande ser de eclusas do desejo, que se abrem, que se derramam, que se coincidem para formar grandes torrentes da luz subindo
da terra para o ar

e os dedos que se espalham como pára-raios?
Mandalaú: e sobe do sacro ao furo do crânio (ali, no final da testa, há um buraco, por onde ascende o vento de calor, nosso eixo de alma - pois que a alma é coisa física, só não cabe em fita métrica - como os lapsos de choque que os nervos dão, e somos uma flutuação voltaica da corrente cerebelante, nossa usina de faísca - e os olhos bebem luz, e nós deixamos os ossos imantados, sou um diapasão magnético vibrando)

musia a nota voz de suuuuuuuuuu
saaaaaaaaaa
sauaréeeeeeeeeee
aiadanooooooooo

e os alienados veem alienígenas por toda parte. eu vejo a água, cheia de deuses. divindade ininterrupta

história dos ocos, que guardam, que derramam.

troz ba al ANDar ANDré

terça-feira, 29 de março de 2016

Nesse palácio, Prédio
Grande play. Somos 100, pós colégio, crescidos, adultos (germinados)

A desolação (Dali) da liberdade total. O desejo por si. O alimentar-se de si: projeta-se no mundo e bebe-se, e do fogo à terra à água, animal planta, somos serpentes mangueiras bebendo nosso cospido... e que deliciosa é a água. Mas basta um retorno...

Ao descobrirmos que um vidro se quebrava. Todos já exaustos, emergendo guerras, ditaduras confinados: as mochilas de rodinhas viraram armaduras de batalha (os dedos esmagados entre as rodinhas) padrões de dominação numa imensa dança que eu recuso cantando alto. Outros recusam também, mas o desenho do rio, quem o faz são os homens-mochila (é o mundo que vivemos)

Então é noite, todos exaustos de nossa auto exploração, descubro o vidro, a rachadura. E no torpor geral, eu chamo marmohammed (qual seu nome?) e sou muito meticuloso nos detalhes de quebrar o vidro. Não queremos ter 200 pessoas sangrando: é meu pensamento estatal, total (monarquia da anarquia). Mas quem penetra com a tesoura na vidraça é um sujeito antes, que vai sozinho ao outro lado e não retorna. Horas, dias, o sonho evoluiu tanto enquanto limpo os cacos de vidro (pois há cacos para todos, abundância da dor). Um rodo? não, uma vassoura. E fita crepe no umbral. Finalmente, abrimos: é uma porta aberta.

No outro lado é como assistir TV, um filme longuíssimo de 5 horas em que se pode seguir cada um dos 100 personagens. Eu fico horas só, e uma avalanche de insights: que são a visão interior. (paro o filme no meio, cansado, tremendo fora do corpo e encontro  minha namorada para dormir)

A visão da desolação, do deserto de Dali: o olho, o vento, a areia (arena) e a associação livre. É preciso montar uma rédea, uma raiz na paisagem. Lembro do mutirão livre em que eu era violento, a briga que houve. Mesmo o corpo já é uma raiz, bebe de si... Noutro quarto, noutra pessoa... Pulo uma parte e chego direto a um corpo de alho: um pequeno boneco de homem de quatro, rugindo feito lobo, e ao descascar o quadril encontro um vazio de órgãos: o corpo só o externo, pele e músculos sem as vísceras. A anti-medicina (antes dos necromantes que abrem cadáveres)

Havia um nome para o livro: de Spüler e de Fonte; o espelho de spüler (que era semear) na fonte. Porque são um espelho.

E numa sala, a história das batatas. México, camponeses nas serras; por séculos, só se contentavam em dominar seu povoado e tornar-se o novo cacique, até estes que querem matar TODOS, subjugar TODOS, TODA BATATA que chegar: homens casados com o deus de 6 cabeças que lhes vai devorar no final.

E a vaca leiteira no centro, que não sabemos tocar pois como aceitar sua teta sem ver nela um falo, e como recusá-la sem falo? Tirar leite de si? Tenho tetas... mas é a cobra
(essa cena não tem final)

Como dizem que o sonho não é nada novo, é só o embaralhamento, e a colagem: pois descobri que a colagem é tudo, vejam o alfabeto. Me acostumei a neles entrar em só mergulho e desperto ser só registro, também por isso desperto quero descrever o infinitésimo passo da língua, e seu anterior: a raiz escondida da associação livre.

O corpo já é uma raiz: portas da boca.

-
Albantré serpente-aranha

terça-feira, 22 de março de 2016

The ROyal plan, 1994

<<< All money is black money. Gold somebody pocketed from the government.
black pockets from the written value, the number of the law >>>

.....

STAR
T

1994 or Year 1st of New Number Era - The spiraling cloud of numbers then connected to the new-number, set by a dollar anchor (URV) and was begun a age of stable prices. Amen. Liquidity, then, could stay in place, in-between international trade.
But it stay (this dollar-number stay) as an equilibrium of a growing production of sales to outdoor or desire of entrance... the continuous management of increasing amounts of surplus in a cloud

-
It was the inflation, the price untamed,

%%% oh numbers of the invisible hand, why thee spirall in circles through the hundreds? %%%

a number spiralling through the people, its name changing, always paper and paper stories of mistrust.

and all the thing with licenses & monopolies & public ownership & public employees with public wages, and people using this for many crazy reasons with nothing to do with number gold... they shouldn't ignore number-gold... so they had bad in the end. And then the guys who connected the new equilibrium-gold number in the homing paper-printer and payer of all, the all-mighty receiver of taxes
(but gold was no-more, was dollar then naught)(we have to come back into this)
these guys had a big problem with the debt and that means the guys who buy their paper to stop them from leaking all number to the foreign... oh my my... these guys are so many... they are the owners of public neck

holding public debts with these numbers,
the dizzy frontier of who is entitled to receive the money from all these taxes, this immense amount of taxes and sales of licenses and prices from the controllers, the bureocracy of public employess who do not seek general profits, but to fullfill their own duties or corrupt.
Im confused.
My mind shouts: GOLD GOLD GOLD IS THE ANSWER
and I still know it isn't or think or don't understand it (stand under it)  gold.... silver... which are royal expenditures, of power nude in the open, fragile and still vibrant
but coming from hand to hand, as impured, in the ports (porto-porta) of merchants marching between the homes.

Nah... what does gold got to do it? its debts and statization man!!

....

......

I like to speak of inglish in this because it is a tongue of stupid, i speak stupid of language
stupedify

What hte hell is mathematics instauration
money mooney
mine moon
(from the guys who did go to the moon, but don't change the subject, you have an object, lets adject it: the medium of exchange, the message of value, mooney coins or papers signed, checks, and then start the funny names, such as letters, promises, shares of social capital, bonds...

between you and me, the moon, medium month

me wolf she period
me wolf she .
werewolf

/
/ all utopians claim to end with money, but i saw one, the most hilaryous who said: in utopia, it is the lovely to love the money (as not here)

....

I was reading about rotten money?
So they nicknamed the legal privatizing-money from the unstatization of the localgovernments investments.
This "rotten money" which is rotten debts that will not pay, but fake the numbers and you can fake the buying and in the end we both got a bit closer to reality. thats what they say.

They say before the public businesses would charge less to prevent their printing of money (as long-credit from BNDEs) from leaking to private or foreign power (in inflation price)

but how do we pay credit?
how do we get rid of debt? i never understood that

so strange when they say our Federal Treasury (friends of Federal Money Mint) became our own local FMI (what the hell is FMI anyway? OUT IMF ppl say)

.....

It is so big a business that it is boring
come-on pal, i'm a low-man
teach me real
so i can touch it

this is so abstract... i never understood prices, anyway
they have just one stupid theory
"how is born a price: well, we have somes prices existing, so we measure them and that's it, a new price is born"
and then some shit with eaquality and the clock ticking
damned mathematians
calculators, contabilty guys
with their computators and hidden letters, know nothing of what is really goin on (or perhaps they know better, and im confused with materialistic readings

.....

black money, for me, was made of me hiding from the gov't
don't declaring nor paying tax
(as i did when i couldnt sell my money, to get the local one, for a good price, and i sell direct with local ppl, and we get black, or perhaps i shouldnt be saying this, in public)
or so i receiving this black money from ppl who didn't declare (as my dentist)
or was fleeing to the foreign number
or to gold (gold gold!!)

what is rotten money? (and we coudl write the 4 states of money: solid, liquid / black, rotten) as if THAT made sense.

if you dont eat it, it rots?

they say rotten money = rotten debt beacuse of promises that wont be fulfilled, falsepromises, fake values, that no one will pay you much for them... if you cant sell it if ppl wont buy it (who is ppl) you aint got much with you

CLEVELAND - I dont stand under this, understand? Master?

THE MASTER - Dont worry, Cleveland. its the WATER PIPES theory. May I quote:

"[os caras pediam dar de graça número pra investimento rural]
O problema do “crédito rural”, em nosso País, é fundamentalmente um problema de recursos e só muito secundàriamente um problema de mecanismo de distribuição. A falta é de água e não de encanamentos. "

The problem is a WATER PROBLEM, and not a PIPING PROBLEM.

He continues: "Ora, supondo a existência de recursos disponíveis – isto é, não aplicados em empréstimos ou investidos por uma ou outra forma – resta provar que a entrega dêstes a um órgão nacional estatal e, portanto, fortemente CENTRALIZADO seria o melhor meio de fazê-los chegar ao produtor rural."

a centralized bank = thats the guy who prints the number (my wage my profit)

he is against a centralized bank for fear it to be easy to capture (but who is the good guys in this story? so they will never get the credit? many ppl like the BB and BNDE so because of this thinking ppl make the bank...
we make more pipes...) well, isnt this finantial world a puzzle maze of pipes?

it is a bucket, which has a leakage. the bucket where my taxes go. or so they say. they say the things they used to do with taxes, now is rotten paper, no good for sustaining LIQUIDITY. this is tough times, we are hard on past number.

or better: we will preserve the number owned, if you-ve got some still. who's got gold?

the bucket is a barrier, a form to contain, a house to home the objetcs and the subjects. It is neither male nor female, it is third: the house, the barrier. Homenomics, Housematics, homing-art. It is not created nor it creates. It is only the form, the skeleton of the liquidity. If it has a leakage it is not bleeding, it just is a coral who is filled with sea as the tide goes in, and leaks these golden currents as the tides go out... (but isnt the world trying to capture an immense tide? with its dams in rivers, trying to withhold the abbundance in their crazed claim for winter, eating down all spring blossoming in such a desperate way, the more the world ends... fucking crucifers crucified of dates. and all... the moon is the tide, mooney whale leviathan swimming in-between a sea of werewolves, the male tide of bleeding)

Where should there be a homing of sea, where should not? Or should we just watch as the waves go in and out... with the moon...

They did a strange homing, centralizing just to administer it they say:

"O Banco Central funcionava como uma grande central supridora de fundos para um sistema de bancos oficiais setoriais e regionais que com ela compravam dívidas de todo tipo de entidades no contexto de enorme fragmentação da execução fiscal em sub-orçamentos autônomos e capturados"

It was all broken, the piping system he says. Should make a big WaterTap ( TEORIA DA TORNEIRA CENTRAL) and deal with the gold foreign ppl... But that seems way too much dam-thinking, we should think of water man!
we are water, all is water
swimming dwirling in this maze of pipes
called body

...

but this six headed-goddess which these male-invasion of the home, the white seed not the lings of blood, future and run, hell with rotten, burn

aint no more a world of a big-head which is balooning up to blow
or a two-head cold-war guy, made from pigs 1 & 2, the underdeveloped field guys and proletarious handwork in clash with the white 3rd pig of bricks and big ships (or geonomically say to russian going really bed for long time, the european mid-term of jachinapan;;; its all three pigs everywhere, watch out for the bad wolf! no one controlls him, and he blows... he is the wind of words, the destruction of the letter: time infinitive and death)

but i was saying (and this i saw in a dream):
theres no more one single WATER DRAiN  in the world (new york's gold & taxes, teoria do RALO) but many-head, we build a multi-headed beast now, the hydra
every head you cut (as the romans did, with Louis XVI (whose face was printed in the coins, thats how they recognized him) and a guillotine in 1.789) every decapitation of this cefalizations of world, just borns many-more of him, small children-heads of Hydra, still-growing

so we need a fire, according to this myth, to stop it from borning again the heads?
or a immense rock to deliver upon it? a eletric energy bolt?

benjamin used to say that the organism grows headless parts as crazy, in mutual eating and destroy, but suddenly spreads spams of convergence, rays of nervous organization through the body-parts of homing-proletariat, that could change the upper-hand in control, and dominate in increased homings of freedom and cooperation (the only way to cancel divides, the complete blink that obliterates both barriers, the convergence in one note of harmony in homeducing

...

...

...

but gold is what the hell...
nowadays (oh how far... in the forests! with poor imperialized ppl!)
go the gold-digger throwing the gold-element mercury in the rivers so its poison but they find the gold beads
and with them comes the prostitutes and many game and drink and bribe, merchants of black money (thats Guyana north of Manaus port-city)

is all gold is black money?
which way should we look?
if i am the guy who write the check?
if i am out of check?
if i am broke or
sell or
what

- How to blink money into obliterate?

-
Anabatroz Peter Coast

segunda-feira, 21 de março de 2016

I

De primeiro, Lara buscava sempre as etiquetas nas roupas que olhava. A lingueta para fora, da camisa de seu amigo Lucca, nessa manhã ela puxou, bisbilhoteira, enquanto ele dormia na aula.

- Ai! ele gritou, sua maluca!

Mas ela nem-ligava, refestelando-se na curiosidade: 100% algodão, lavagem isso e isso, feita na china ou sei mais onde e era isso, precisamente isso que atormentara seu coraçãozinho de desejo ao vê-lo se gabar, na hora do recreio:

- Olha Lara, minha camisa nova!

Nas casas, olhava logo o número, o buraco das cartas, aquilo que lhe revelava. O número do sapato, o buraco do linho, a casa do botão. E no seu pequeno caderninho, ela anotava o resultado de suas calculações.

- Como se chama esse rio? perguntava Lara, em um passeio no campo. Já estamos em Rivadalvia?

Seus olhinhos buscavam, aflitos, qualquer indício, uma mínima plaquinha que revelasse o nome de onde estava. Que rua é esta?

II

Na cidade de Mármara, capital da província dos Sete Lagos, os cidadãos um dia decidiram dar um basta na desorganização. Seja porque fossem muito esquecidos, ou por falarem tantas línguas, dialetos, gírias e apelidos, para não mencionar seu forte sotaque e a mania incontrolável de introduzir ditados e expressões populares a cada duas sentenças - ou seja simplesmente pela gritante abundância de objetos e artigos de que deviam se ocupar e anunciar, fato é, que por qualquer combinação destes fatores, viviam enfurnados até o pescoço numa total confusão de pertences depositados uns nos lugares dos outros, e nunca sabiam achar o que procuravam, tendo estantes e armazéns dedicados inteiros a isto, mas sempre cheios de coisas e apetrechos valiosos de não se sabe quem.

Fosse por isto, ou por simples capricho daquela manhã de junho, quando o clima ameno lhes deixava mais dispostos a uma empreitada de grande monta, como esta deveria indubitavelmente ser; seja por que azar do destino ou seguimento dos astros, que naquela manhã de junho despertara irrequieto, ou com a pulga atrás da orelha, como se costuma dizer; eis que os cidadãos de Mármara se reuníram em polvorosa, primeiro na prefeitura, e a seguir na praça até ocuparem mesmo o grande pasto que ali perto havia, pois só aí caberia o grande número dos que naquela manhã acudiam; e ali tomaram a resolução de pôr um fim à sua desorganização, como eles mesmos a chamavam, e de uma vez por todas, principiar uma era ordeira de paz e tranquilidade.

- Meus caríssimos e caríssimas concidadãs - mas onde está o microfone? - minha pequena cidadica - mas onde meti o discurso? - E tudo isto se passava mesmo sem que o povo soubesse onde se enfiara seu prefeito.
Pois era assim a vida: tantas crianças que as mães não achavam os filhos, e lhes punham os nomes idênticos para o caso de se trocarem mal ninhum não se causar. Acontece que o plano vinha se formando já há tanto, aos trancos e barrancos, esquecimentos e distrações, que se enraizara na mente de todos, e não foi necessário encontrar o prefeito, o microfone ou o discurso, quando um tal senhor Mascarpoulos pediu a fala para agrado geral e assim esclareceu:

- Nosso problema é que está tudo guardado em lugares diferentes, e nunca sabemos na casa de quem procurar. Se não acho um pé do meu sapato, e não sei encontrá-lo nos meus aposentos, já saio a desconfiar da cidade inteira até encontrá-la perdida no quarto do filho do meu vizinho; mas o quê eu estava procurando mesmo? E assim se passam todos os dias!

-
Anabatroz adré Laranha

quarta-feira, 2 de março de 2016

te convido
vamos fumar um bec sem tabac
beque do batuque te convido
vamos fumar um beque
vamos ouvir
a sagração da primavera
em altas caixas de som
https://www.youtube.com/watch?v=5IXMpUhuBMs (vejam esse)
vamos espalhar o som no corpo
explodindo músculos e boca bum
tarataraque do beque
vamos tocar um bom batuque
de sopros e som sozinho
abaixo essa filosofia de meios e fins
só existe o início
SOMOS HERACLITIANOS
nao há um rio duas vezes 
a água passa e passo eu e tudo
tudo é água
só existe o início
criação infinita
abaixo a economia do produto
teoria do início escondida, só sabe atrair o lucro
o início cego
ignício
ignatio
ignição do fogo, seu deus
a faísca sobre o combustível eva
cognitio
conascimento
partilha da faísca semente do fogo alma
espírito esperma
patriarcado da escassez
da família restrita
não adotar filhos, não dizer
está brotando, por toda parte, eu
indivíduos atômicos
endividados
duvidosos
não veem o início, a alegria do existir
filosofia cega
filosofia do ponto cego: o início
abaixo a filosofia dos meios e dos fins
só existe o início
PRIMAVERA
era uma vez, a cigarra e a formiga
veio o frio
fim da dança, da nudez do canto
bemvindos ao inverno, inferno da formiga
a acumulação da primavera como colheita (invasão, ataque do paraíso)
- quem bate?
- é o frio!!!
(não adianta bater, que eu não deixo você entrar
as casas pernambucanas
é que vão
aquecer o meu lar)
(https://www.youtube.com/watch?v=aXo-6A3BloQ vejam esse)
de que inverno??? há vida nas costas do mar brasilis
o calor do trópico brasa
terra de índio e malária
não me venham com roupas e teoria do inverno
da derrubada da árvore para o fogo do lar
da represa hidrelétrica
usina atômica da fumaça do gás
não me venham com choques de esfrega-ímã e ferro na faísca
ou ondas de ultravioleta pela antena-orelha sonora
sou do animismo anarquismo panteísmo de deuses
nós matamos deus! com uma guilhotina
não me venham com datas de crucificação nós matamos deus ele mesmo!
o rei sol absolutista, nas terras do rio reno
na capital da urbe a cabeça capital do corpo de rios-mundo, o corpo de navegadores naus
irrigando a terra com cidades e ruas-rios
falo a vocês
eu que sou da tribo dos mercadores
eu cultuo hermes trismegisto, mercúrio três vezes grande, o mensageiro da tríade
hermes esquerdo direito, o semi-destro anticanhoto
a ruptura do direito pelo crime, o que está embaixo, no alto, a inversão conhecida
a tríade criatura, príncipe princípio do nascimento
conascimento do que existe letra carta mensagem telegrama símbolo hieroglifo estátua estatueta tatuada do barro tido aqui detido a letra esperma faiscada na plantação da grama, a semente que se enxerta, vida alma
e mãos mães da matéria mani-festa manudez de dez de dedos duos dois do três e quatro números são dois mancheios de cinco em pares quatro-um de polegares mãos do mundo e irmãos 
e toda a herança legado do nascimento do pão na terra pela mão materna, a infectação do encarcerado, seja a prole, seja o gado
hermes aliança hermafrodita
a quarta-feira, o semi-centro do dia útil
o meio-dia da semana, hermes mercúrio de miércoles
o deus mensagem asa e do garimpo ouro alquimia (mercúrio nos rios)
Entre lua, a dois do sol domingo, lua segunda-feira deusa da menstruação, inaugurando a prima mão da semana (setti-manas)
que já é o dois do sol
E a vênus virgem sexta-feira, viernes afrodita, antes de ingresso no sabá da noite cópula, escuro do ignitio
a quarta-hermes, de oito em oito pelas semanas, como as oitavas da música
em vez de lídico dórico jônico pitagórico

albeleque beque andraãnha