quarta-feira, 10 de setembro de 2025

O único herói SINGRAVA como um skate cortando os mares de sal azul: o céu vimbrava em negro, além das estrelas, nessa nave-vida que preencho de vontade viva e minha opinião decisão ininterrupta de existir eu vontade eu O ÚNICO HERÓI da minha narrativa mas, que diabos, da própria EXISTÊNCIA DO SER DO TUDO e todo mundo.
SOLIPSISMO ABSOLUTO: somos uma nave no vácuo, chegamos no futuro. Nossos corpos singram perdidos da consciência. Que antigamente, primordialmente, naturalmente, originalmente seguindo o caminho da origem e da reprodução do tempo e da estrutura da corporalidade e do espaço-território, física imediata dos corpos - em que sou ÚNICO, eu, UNO. A unidade do mundo. Não o mundo dos teóricos, o mundo que abarca a todos. Não, eu sou o mundo antes, o mundo imediato: tudo. É tudo. Na verdade é tudo.
Necessária superação de Babel. A punição divina. Necessário retorno à linguagem primeira. Efetivar uma real aliança de COMUNICAÇÃO.
DESTINO, JOGANDO-ME COMO UM DADO
mas eu recuso a existência do azar: vou matá-lo, os azares proliferaram como ratos invadindo sua despensa. Taquemos veneno.
TAQUEMOS VENENO NOS TABLÓIDES QUE FALAM DE MORTE EM TODAS AS BANCAS DE JORNAIS (e nas tvs celulares etc) TODOS OS DIAS. Tentando nos atrair para um vórtex de morte fantasiada.
VENCIDA A REPÚBLICA, O QUE ENCENARÍAMOS? Qual a fantasia que instituiríamos?
Pois sim. Sou um constitucionalista. A Politeia platônica (viva Graça e o livro VIII) viva a ilha de Paquetá. José Bonifácio, o 7 de abril de 1831 que supera em tudo o de setembro alguns anos antes.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Utopia tá tudo bem

ao Vidi e à Graça
Tenho um amigo que insiste na pergunta: o que é a utopia? o que seria? ele fica perguntando, tentando desenhar esse mundo tão longe.
Lembro de coletar umas frases antigas: as ilhas dos bem aventurados, a terra de onde jorram leite e mel, a abundante calípolis a bela cidade. Meu amigo se inquieta na indefinição dos seus eixos, nas dúvidas sobre o que vai constar lá: e há extensa bibliografia de utopias, de que nós vamos juntando retalhos para montar a nossa. A comunidade das mulheres e dos filhos, a abolição (ou abundância cômica) do dinheiro, a da preguiça ociosa, a que vai ao espaço, a que reina nas artes, a suruba infinita, a que vira jardim. Isso, quando montamos utopia: hoje temos essa imagem atrofiada, pensamentos meio curtos, meio céticos. Meio preocupados demais com um mundo inescapável, total, de onde não sai mais ninguém (e imaginamos com muita força essa distopia, em mil aspectos, até doer nossa cabeça).
Pois eu li da utopia ser um imaginário de desejo, na verdade em oposição a essa política onipresente que é o reino da necessidade. E daí a utopia gozar nos detalhes da felicidade que experimentaremos ao abalroar aquelas terras, ao saltar do barco naquela praia cálida, deitar na rede, à sombra dos coqueiros...
Mas é curioso, essa referência de utopia, ameríndia, acrescentava: ...na rede, comendo boa carne do inimigo. Arre, mas terá inimigos na utopia? Vencidos, talvez, no nosso banquete: seria a utopia uma espécie de vitória bélica. Mas na verdade, não uma vitória total, nada de extermínio, de englobar o mundo no sol da nossa unidade. Um momento bom. As coisas indo bem, esse brilho que fulge numa noite. Eis que penso que talvez a utopia não seja uma cidade longínqua, não seja uma terra inalcançável, apesar do nome. Talvez seja mais simples a ideia, mais aqui.
Pensando no nome dela, e sua negação (a não-lugar) me pergunto se realmente entendo o que ele significa. Com seu u de negação absoluta, implosiva (não como o não de atrofia que é mais plano, ou arritmia em meio à explosão de ritmos fragmentários: a urritmia seria uma abolição, talvez do tempo, talvez do som)(ou u-arquia, o mundo sem princípio) o u de utopia nega o topos (da topografia de onde se fala, do tópico em debate, da aplicação tópica na parte do corpo) ela nega de maneira absoluta como o ser se opõe radicalmente ao não ser do vazio e do vácuo.
E compreendemos, por acaso, a palavra não? Meu filho se exalta, diante da proibição, exclamando não e não enquanto ri repetindo o gesto proibido. Mais do que um desafio, ele apreende o que é negado: negar é afirmar, é reificar muito o que se nega a ponto daquilo existir latente enquanto não é feito. É um critério vigente por debaixo? É o interior vazio do vaso, com sua forma moldada; é o fundo onde desenho meu contorno: aquilo que se faz presente inexistindo...
Mas chega de etimologia, misteriosa, hermética, ainda sem respostas para mim. Que seria a utopia? Pois é que gosto da ideia de ser simples, um bom momento. Quando tudo vai bem: talvez a utopia não seja longe, e esse imaginário não requeira lunetas que nos afastem de agora. Talvez cheguemos na utopia afundando no agora: a utopia é um presente, quando as coisas vão bem.
Chegamos na ilha dos bem aventurados, e era o próprio barco, um dia que termina tranquilo, as crianças dormindo, a barriga cheia, o corpo com poucas dores e preocupações, distraído. Que delícia a distração. Imaginar uma brincadeira, fantasiar, ou mais ainda: repetir uma rotina com grande sabor, um dia como todos os outros mas também único. E vamos dormir pensando que as coisas vão bem. Que a terra hoje deu o suficiente, o que bastava, bastante. A utopia é bastante.
andré

domingo, 15 de junho de 2025

cada dupla de páginas, uma extensão ao modelo. primeiro tem gastar cria: adquire algo (um valor de uso, um poder de oferta, uma entidade concreta: comida um empregado materiais alugueis tudo) e também deixa algo nas mãos de outrem: o valor de troca, o simulacro, o vale que se materializará numa compra de produto futura. é a compra atual (efeito oferta), e a compra futura (efeito multiplicador).
a destruição do papel pela sua recompra (imposto) ou sua neutralização pela dívida (e a submissão ao juro): alavancar-se
criar um vale: emitir um papel
o estado imprimindo dinheiro sem pagar juro, ao lado de entidades emitindo ativos e acumulando riqueza e bolha financeira de ativos com concentração de lucros altíssima. banco imprime dinheiro: é se alavancar num mar de semi-moedas: o oceano da reserva de valor (investir, gastar a fundo perdido).
aí existe os estados perifericos ... caramba do que eu estava falando?
a conexão entre o hermético e a multidão (a faísca em um óleo combustível derramado sobre um oceano borrascoso e blam a explosão.
escrita escrava escre-ver rever rescrita cripta escriva cravo clavo escridente estrídula entre os dentes, esgrimilho grilho estilhaça, esplaça
como falar do mais abstrato ao modelo matemático:
1) estoque de dívida B
se - sistema monetário, existe o "numerário", uma demanda relacionada ao tamanho da circulação, na prática um "imposto" uma tarifa regulatória um índice de basileia de alavancagem,
>>> calcular o quanto o brasil ganhou de senhoriagem.
2) mas e se não for monetário? dane-se, por enquanto.
B(t) = B (t-1) * (1+r) - BS
B/Y, BS/T*T/Y
3) debate sobre tamanho do BS necessário para estabilizar.
3.1) em B/Y gigante, BS perde o poder, e se r> g a única maneira de reduzir é ou entrar na dominância fiscal sobre a política monetária, ou, é claro, assistir (ou provocar) um crescimento espantoso, ou então aumentar tributos (à la Barro).
3.2) se existe "explodir", então é justificado r aumentar (existe um "estado quebrar" que se expressa na fuga cambial, não sei como seria para a nação central. Isso restringe as estimativas do modelo anterior.
3.3) MAS tem todo o arsenal Ciccone de curvas se o multiplicador for maior (e debate sobre "efeito destruidor" também)
4) cálculo para 20-30 períodos
4.a) cálculo com hipótese Ciccone, alfa positivo, trade-off
4.b.) hipótese de g com componente variável. cenários de risco. indicação de níveis seguros como f(r, g e taxa de oscilação de receitas)
5.) Debates sobre G política industrial reduzir exposição a oscilação de preços importados, reduzindo variância de g ou a necessidade de juro alto para segurar câmbio - modelo de âncora cambial no RMI
5.a) Fazer a simulação numérica de um estado que investe em política industrial que reduzem r (movem a curva no gráfico) e permitem a trajetória do Estado ir se movendo no tempo (o eixo x é o tempo, o eixo y é B/Y mas que no gráfico ao lado mostra as curvas de r-g, e no outro a zona r e g
5.b) o "trade-off" déficit na petrobras: aumenta G, mas reduz r, e com certeza deve causar Y extra pelo efeito oferta, isto é reduz r-g, e ainda tem efeito multiplicador pelas cadeias.
6) Simular estado gasta G=20 Y = 100 I+X+Ck=40, Cw = 50, M = 10.... e com T =22,5% tem 2,5% de BS e (pra B=50) aguenta r-g ser 5. Se reduzir M (cálculo), se reduzir r-g (por câmbio e i, por Y via O e via D) passa a aguentar que r-g? reduz seu "espaço fiscal"? estreita, etc.?
Na parte 2 do trabalho então repassar o modelo inteiro do potno de vista federativo: há externalidades que cada ente não capta sozniho, mas a soma deveria captar.
ESPERA. antes disso, tinha o debate que eu queria colocar antes de tudo. acho que botei la, pronto: era a resposta à mmt.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Achei a sua mão tão gorda. Grande, pesada, dedos grossos. Te levantar você engordou imenso, um peso que não dá pra carregar. E lavar a mão... Te olhar com outros olhos. Foram 2 dias mas tanta coisa mudou meu filho. Eu falei pra sua mãe: quando soubemos que a sua irmãzinha estava a caminho, sua mãe chorou porque sabia que afastava de você. Agora que ela chegou, a sua mãe te reencontra, cada vez mais; ainda que dividida, ela se reaproxima. Essa noite foi ela quem te acudiu no seu pesadelo; hoje vocês deitadinhos lado a lado conversando sobre a lua tava bonitinho demais. Mas pra mim não é um reaproximar, é só o início do dividido. Esses últimos meses você falou papai primeiro, a gente tava mó duplinha você só queria saber de mim. Isso é muito gostoso, ainda que seja puxado, é muito gostoso. Quando você vem e enfia a cara entre meus joelhos me abraçando. Quando no meio da noite exclama pai, paaai sabendo que eu logo virei ali te atender e ver sua fralda cheia. É uma honra ser depositário de tanta confiança, eu me orgulho disso. Essas últimas semanas então, comigo já de licença, você ficou doentinho e eu fiz mil programas contigo, inventamos a brincadeira do cadê minha banana! me dá um pedacinho! bom demais. Daí hoje com todos aqui, ou ontem quando vocês se conheceram e eu queria te pôr pra dormir no teu quarto porque na sala sua irmã já estava dormindo... acho difícil imaginar o que você está sentindo sem entrar numa pilha de projeções muito racionais. Eu fico me sentindo sufocado por você estar aqui e não ser o centro da minha anteção, me sinto duplamente sobrecarregado, você é tão intenso, sua irmã tem exigências incontornáveis... Acho que me dá esse desespero de não conseguir lidar com os dois, e num sentido mais profundo, não entender qual eu amo mais, como é isso de dividir esse amor de pai. Não vamos mais ser a duplinha óbvia do filho único, esse colamento total foi rompido, agora... agora vamos descobrir.

sábado, 4 de janeiro de 2025

Hélio gostosinho sorri tão bonitinho
Seu sorriso simples, bobo, em um rosto de poucas expressões bem brutas
Carequinha
Puro dente
A boca que faz muxôxos "naturais" de tristeza, de manha de choro, invocada com as pontas dos lábios pra baixo, o meio do lábio de baixo para cima
Seus olhinhos
Quando transcende a brincadeira de esconder, e lá da marcação teatral do "seu esconderijo" ele ainda consegue nos ver (o pano é translúcido, a bandeja é transparente, ou ele simplesmente está só "simbolicamente" atrás do sofá) e ele nos olha diretamente no olho rindo cúmplice de que "estou escondido" e a gente ri dele "é, você está escondido" e de repente no meio da risada ele sai andando e "sai" do esconderijo falando uma espécie de "tchadã" ou simplesmente "iiiiiii" com esse significado e aí sim, é a grande comemoração batendo os braços pra cima e pra baixo
Hoje de manhã quando meu pai chegou, e ele foi se esconder atrás da cortina, e através da cortina nos zoava para depois sair e ficar comemorando - quando ele tava comemorando ele não pula, ele se joga no chão e esfrega as pernas, fica chutando uma perna pra trás, senta e fica esfregando as pernas (e eu também, e meu pai também, johanna também batendo os pés, imitando ele, dando corda) batendo os braços rodando pelo ombro de cima pra baixo, e fazendo sons e sons com a carinha congelada de riso
Quando Hélio está escondido (como quando ele acorda, e queremos enrolá-lo na nossa cama enquanto ele quer é andar pela casa, e puxamos o lençol para cima dele falando "estamos escondidos", falando cochichado "shhh shhh ela não sabe que a gente tá aqui" e lá fora "cadê o hélio? ué! ele tava aqui agora... hélioo,, hélio... cadê ele? papai, você viu o Hélio? ele tava aqui agora) aí saímos "ele apareceu! ele tava ali o tempo todo!" e essa brincadeira prolonga sua estadia na cama, com nós deitadas) e hoje de manhã, depois de instigá-lo na visão através da cortina, fui até ele e fiquei falando "nós estamos escondidos", eu entrando no time dele da brincadeira, e saindo com ele pra dar susto nas pessoas (queria ensinar ele a falar "bu") e eu tropecei fazendo maior palhaçada
agora ele dá beijinhos, e abraços, e eu percebi que ele também sente que cuida de mim. Que retribui, afinal, ele deve se confundir e em algum nível se ver como nós.
esse ritornelo de botá-lo para dormir "conversando" com frases basicamente de dois substantivos muito enfatizados, e o conectivo frouxo