A CIGARRA E A FORMIGA, UM CONTO COLONIAL
Abaixo as roupas de baixo! Pra quê tanto pano? Invenção europeia...
Aqui faz calor, ô se faz. Quanto menos pano, melhor.
Sutião? Par de meia? Cueca apertada? Pra deixar encolhido, quentinho?
Aqui faz calor, ô se faz. Quanto menos pano, melhor.
Sutião? Par de meia? Cueca apertada? Pra deixar encolhido, quentinho?
Basta de roupas sobre roupas e mais roupas, abafando o frescor da pele!
Vejam os elefantes ao sol, com orelhas que são peles enormes dissipando calor.
Pelos tecidos soltos, leves, que são só sombra e ventilação.
Vejam os elefantes ao sol, com orelhas que são peles enormes dissipando calor.
Pelos tecidos soltos, leves, que são só sombra e ventilação.
E os colchões de cama, que se colam no corpo, toda-noite, de suor? Vocês acham que vêm daonde? Estou farto da nossa cultura padronizada para um país frio. Se cair neve, temos cobertor, lareira, forno doméstico. Mas e no verão? Quero uma esteira de palha para me deitar, por onde o ar passe... Ventilação! Circulação, janelas, venezianas... Ven-ti-la-ção!
Aí me vêm defender, com unhas e dentes, enroscados em camisas de manga comprida, sapatos fechados e tantas invenções do “vestuário formal” do “mundo do trabalho”, que cerremos o vento e liguemos o gela-ar confinado, condicionado, trazendo casacos na mochila e sonhando hidrelétricas pra pagar essa conta de luz...
Turistas...
Conhece-te a tua terra, povo do verão
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Albatroz porquinho da palha, andré
Albatroz porquinho da palha, andré