terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A BAUHAUS (casa da formação)
1919 - por Gropius, 36
O progresso da técnica mostrou como uma forma de trabalho coletivo pode conduzir a uma produção total maior do que um trabalho autocrático de cada indivídua.
O artesãpa tornou-se com o correr do tempo um apagado decalque daquela vigorosa e autônoma representante da cultura medieval, que dominava toda a produção de seu tempo e era técnico, artista e comerciante em uma só pessoa. Sua oficina migrou para a fábrica, deixando-lhe não mais do que uma loja. O processo do trabalho escapou-lhe da mão e elha se converteu unicamente em comerciante sem contato com a matéria, atrofiadua em uma natureza parcial, incompletua. Perdeu a capacidade de formar discípuluas; as jovens aprendizas foram deixados às fábricas onde a mecanização lhes embotou os instintos criativos e tirou-lhes a alegria do trabalho.
A indústria continua a lançar no mercado um sem-número de produtos mal ENFORMADOS, enquanto es artistas (e outras inventores de utopia) lutam em vão para aplicar projetos caros, pouco versáteis, pouco flexíveis. Os artigos produzidos mostram apenas nuanças decorativas de tendências cambiantes de gosto, sem o sentido estrutural que brota do conhecimento dos novos meios de produção.
Propomos arrancar a artista criador do seu distanciamento do mundo e restabelecer sua relação com o mundo real do trabalho. O campo de atuação do artesãpa tornar-se-á parte orgânica da unidade de produção da massa. Propomos insuflar sentido direto e vida no produto de massa e no lar, na maquinaria prática da vida. Desrobotizar o indivídua.
A base dessa formação é um curso preparatório no qual se visa desenvolver a humana inteira que, a partir de seu centro biológico, possa encarar todas as coisas da vida com segurança instintiva e esteja à altura do ímpeto e do caos de nossa Era Técnica. Só quando se desperta cedo uma larga compreensão para as cambiantes relações dos fenômenos da vida se pode oferecer uma contribuição própria ao trabalho criativo do seu tempo.
Após o preparatório, cada estudante trabalha em uma oficina, onde estuda com uma mestre de artesanato e uma de projeto industrial. A meta principal é produzir artigos padronizáveis. Embora os modelos sejam feitos à mão, uas projetistas têm de fiar-se nos métodos de produção em escala industrial e por isso passam por um período de trabalho prático nas fábricas. Inversamente, as fábricas enviam às oficinas trabalhadoruas experientes a fim de discutir as necessidades da indústria.
Todas as produções denotam um certo parentesco: constituem resultado de um espírito coletivo desenvolvido consciente ou inconscientemente, que se cristaliza nas personalidades mais diversas. Esse parentesco se baseia na necessidade de produzir coisas de um modo simples, autêntico, em concordância com suas leis. As formas não são o resultado de modas, mas a combinação artística de inúmeros processos de pensamento e trabalho no domínio técnico, econômico e da criação formal.
A concepção da unidade fundamental de toda criação opõe-se diametralmente à ideia da arte pela arte e à filosofia ainda mais perigosa da qual ela se origina, do negócio como um fim em si. Propomos gerar esse novo tipo de colaborador industrial, que reúna em sua pessoa as peculiaridades dua artista, do técnica e da negociante. Levar as aprendizas a um contato íntimo com os problemas econômicos. Contra a ideia de que a capacidade artística possa sofrer se lhe aguçarmos o senso de praticidade, demora, incerteza e desperdício de materiais.
A criação é um grande gasto livre, mas quando pronta, finalizada, pode ser feita em massa, medida barata a toduas. Descer a escala do dinheiro, desconcentrar para proliferar o bom produto. E assim fundar uma gramática da forma e da plasmação da forma. As figuradores, projetistas, enformadoras (dedicadas a enformar - dar fôrmas - ao mundo), devem aprender uma linguagem da forma: a base que venha guiar a mão plasmadora e permitir que as unidades produtivas trabalhem em conjunção harmoniosa. Como na música, onde o contraponto é um sistema supra-individual de coordenação no mundo tonal. O desenvolvimento dessa teoria pela academia malogrou porque esta perdeu o contato com a realidade.
- Albatroz André Aranha

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

JA É...........NA LÍDERMAGAZINE
hoje passei pelo presépio de umas igrejas
natal... natalidade nascimento ignição
natura da cognatura nome numus
bebês não saem do chão. o presépio está errado
ele é sobre um momento depois do parto
a apresentação a todos os animais
o presente dos reis
a estrela no céu
não é sobre a natalidade em si mesma
uma mulher de pernas abertas
"maria na manjedoura"
daí a bonecos de neve?
gorro e luvas vermelhas,
descendo por uma... uma o quê? chaminé?
nesse calor?
(talvez pelo buraco do ar-condicionado... um ladrão?)
isso pra mim só atrapalha entender o sol
o início do verão
recomeço do ano, férias
e o calor, o mar
cultura idiota: não se liberta do gelo de terras imaginadas
a cidade Metro, utopia da medida
colonizados: fazendo de conta que são da Metrópole
que coloniza essa terra
aos que gostam da bíblia, o seu menino de jesus
é um mito da monogamia = saber identificar se é esperma ou se é deus
antiga cerca do homem sobre a mulher
essa história - de milagres - vem caminhando
pelos shopping centers, outdoor shows e demais powerpoints
com seu reverso gêmeo, mortal
- se para deus funciona assim, para o mortal funciona assado
aqui na terra, se trata de trepar e fazer filhos, é assim que vêm
família, árvore de natal e presentes, dádivas
13° salário furando o ano, prenúncios de carnaval
grandes encontros familiares, comida e revéillon capricórnio
que se trata do "bom velhinho" trazer presentes pelo furo da família?
ele entra pela fumacinha do corpo-casa
e deixa seus presentes (natal, os espermatozóides chegaram)
-
R. EMAT, O EUNUCO - "Acho mais razoável supor serem aliens, não deus"
Albatroz Rem At

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

LAVAR A LOUÇA
1.
a pessoa lava a louça que tiver usado
2. 
a pessoa lava a louça de quem cozinhou o que ela comeu
(obs. muita gente divide, quem cozinha, e quem lava - quem não sabe cozinhar só lava)
3.
se a pessoa chega na festa já almoçada, e estão servindo almoço,
não é ela que vai lavar a louça alheia
4. 
repare na pessoa que arruma o espaço onde você chega 
pra passar o teu dia de lazer.
você não almoçou a comida da casa. por que você deveria lavar a louça?
você não sujou nada. por que deveria varrer o chão?
veja justamente essa pessoa que arrumou o espaço
(esse espaço que tão bem te recebe)
ela garante isso tudo - nada que se preocupar então.
tá bonito, tá bonito! aqui você passa seu lazer.
afinal de contas,
você não sabe nada dessa pessoa
que está sempre correndo por ali
arrumando mesas
- você mal chegou!
passa o tempo,
muitos aqui mal chegaram também
mas quem será que arruma a casa?
será quem fez uma comida e almoçou nessa casa?
mas por quê pensar tão longe?
ela parece gostar
de fazer isso
5. era uma vez umas pessoas
que convidaram outras pessoas para passar o dia
durante um esforço enorme - um mutirão
cada pessoa entende isso de um jeito
(algumas entram no mutirão)
outras assistem, e veem um mutirão de servos a servir o nada
e se sentem rainhas, em seus mundos
< exorcizar esse fantasma, por toda parte
garçons, mordomos
cozinheiros "chef" que só recebem ordens
haver empregada, criado
e turistas, sem noção das cozinhas da casa >
isso é haver um desnível
humanizar as máquinas, sem desumanizar humanos
essas pessoas fazem tudo parecer tão fácil
vamos falar um pouco sobre mandar e desmandar
e sobre servos
assuma algo para si!
ninguém tem que te dizer isso.
ao menos lave a louça!
foi passar lazer - num lugar de resistência?
não percebe que tá sonhando o sonho alheio
o sonho do criado
turistas
- CéU